terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Bom era

Bom era quando,
Amar era familiar,
Choro era por mimo,
Homens eram meninos. 
Arrepios eram cócegas
E não espinhos.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Somos cobaias do amor, experiências anteriores são esquecidas e repetimos sem medo de destroçar novamente o cordial coração, cada vez mais fracos por sermos consumidos nessas falhas de resultados consternados, não percebemos o quão fracos estamos para a próxima dose de desgosto.  

Fruto

Do fruto proibido me criei,
Ansiei pela maçã,
Envenenei-me.
Feito rascunhos de papel,
Amassei-me, joguei-me.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Habitantes

Existe uma espécie habitante do planeta Terra com características curiosas. Suas garras são usadas para se “alimentar” de integrantes da própria espécie, ou matam para ver o sangue da vitória que logo servirá de adubo para a terra. Cientistas afirmam que ouve uma evolução dos mesmos, mas o curioso é que estão cada vez mais descontrolados e famintos, por isso também se alimentam de outras espécies, às vezes compulsivamente. São considerados inteligentes e ameaçadores, pois possuem um pensamento “racional”. É quase provável que essa espécie domine seu espaço eliminando todos os outros seres vivos, ou então se autodestruírem até sobrar um único, e que se forem inteligentes descobrirão que não sobreviverão sem sua manada. A espécie se dividiu em várias raças, nas quais muitos cientistas não conseguem descobrir e muitas vezes encontram desculpas esfarrapadas de tais comportamentos. Alguns estão nascendo com problemas cranianos, e talvez diminuindo de tamanho, talvez esteja acontecendo um retrocesso dessa espécie, pois quanto mais raciocinam mais ameaçam a existência. O tal do homem. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A tristeza me inspira tanto que me deixa feliz, a dor é meu sorriso.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Tenho medo da morte, mas inconsciente suicido-me lentamente com um maço de cigarros e um copo de embriaguez, depois deixo a realidade me enterrar.
Haverá um tempo em que não terei mais forças nas mãos para escrever, arrancando as angustias, então guardarei tudo só, e me afogarei na poça melancólica que está enfurecida no meu interior.

Não sei escrever sobre pássaros,  rosas ou coisas amáveis. Se eu conseguisse, o pássaro não voaria, e os espinhos perfurariam minhas palavras. O juntar das palavras vira um grande amigo, me deixa entregar em silêncio. Os olhos que percorrem nas letras tão aflitas talvez se confortem. A grande hemorragia de sangue fervente provoca hematomas invisíveis e incuráveis. Cada palavra é uma tortura, saem da profundeza do mais real sentimento infausto, como se os buscasse com um objeto pontiagudo, rasgando todos meus tecidos e artérias. Sensação de querer vomitar a mais cruel dor que não tem cura. A frieza me causa enjôos, como se me retorcesse simultaneamente ao engolir um choro amargo e podre.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

 Um conjunto de belas palavras não ilustraria a verdadeira essência dos mais violentos sentimentos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não da para arrumar um desenho se o grafite do lápis acabou, mas há uma borracha que pode apagar esses erros, e quando tiver outro lápis então poderá arruma-lo. Assim como na vida não se desespere, pois oportunidades virão para tentar mais uma vez, e então você acerta.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Refletindo a liberdade diante de um mundo tão grandioso


Vivemos em um muro de Berlim sem que ele exista, mas se ele realmente existisse estaríamos desesperados e nos locomovendo. Isso torna a liberdade tão estúpida, pois, ao sermos livres estaremos presos ao nosso cotidiano árduo, sonhando em um dia fugir sem compromisso e caminhar em trilhas de uma mata em direção a um casebre rodeado de paz e sinfonias naturais. Ou simplesmente fazer um novo amigo longe de sua origem, que não saiba teu passado e nada sobre você, e então poderá contar com entusiasmo suas desilusões e sobre antigos amigos. Andar sobre uma montanha verde molhando-se com o frescor da chuva e dar de encontro com alguém que faz sua alma surrar internamente, entrelaçar os lábios com tanto desejo, pois a despedida está próxima. A liberdade está na criatividade e pensamentos vividos dentro da imaginação, e cada vez mais que sonhamos com as “impossibilidades”, o desgosto que o tempo nos dá, a esperança hipócrita que alimenta momentos de felicidade acreditando no futuro. Mas no fundo sabemos que não seremos livres, ou optamos para enfrentarmos, como se houvesse um muro logo a diante e lutarmos como se a morte estaria nos esperando sentada no amanhã, e assim buscaríamos nossa liberdade e acredito que encontraríamos. Uma única experiência com a liberdade valeria todos os momentos vividos para nossa sobrevivência, pois assim estaríamos satisfeitos e com a alma alimentada para o resto de nossa existência. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lei

É lei de praxe,
Ter um amor negado,
Manter o coração esmagado,
Ansiar quem nega
Sua mais leal ardência.

Mentes ambiciosas,
Formam corações traiçoeiros,
Educam a amar, depois abandonam
Batem, batem, e não deixam a mente esquecer
A dor parece infinita enquanto a paixão persiste.

Algum veneno é tragado,
Sem arrancar a existência,
Explode e corrói por inteiro.
Quanto mais arrisca achar explicação
Mais dói, mais ferve.

Enquanto pensar não se pode esquecer,
Ao adormecer a alma dói,
A respiração sussurra com interrupções,
Quando entardece a solidão se revela,
E os sentimentos viram feridas abstratas 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Dose

 Hoje tomei uma dose de tristeza,

Em um copo barato de fundo sórdido.

Algum fluido vagabundo instigante

Que me causa tamanha demência

Visto minha alma

Igual um traje de luto,

Recolhendo as lágrimas alheias

Que despejo no meu coração oculto. 
Na hora da dor a morte seria o único remédio com algum efeito

terça-feira, 22 de novembro de 2011


Para saciar a fome de carência, abusa da ingenuidade de outro ser, não tendo intenção de amá-lo, apenas pensando no prazeroso momento de felicidade que ilude ambos, sendo um consciente e outro não. O prazer é bipolar, quando domina seu alvo, manipula e o destrói. Angustia ou a exultação  de saber que está sendo desejado, faz o prazer esquecer-se do amor. Aquele de qual teve seu coração arrancado, estava quieto e agora grita. O coração está na mão, sacrificando-o por algo que o despreza. O prazer orgulhoso vai embora e o amor angustiado perde sua castidade. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Máscara de alacridade


 Estou bem,
Tomei ácido de desgosto.
Estão arranhando internamente
Jogando álcool para limpar.
Há várias unhas me rasgando,
Mas estou bem.

Estou sorrindo
Para as cicatrizes de tristeza,
Posso disfarçá-las,
Estão estampadas em minha face,
Não quero expô-las,
Mas ainda estou sorrindo.

Estou feliz,
Agonizado pela languidez,
Pregando-me culpas.
Vago num purgatório de dementes,
Esperando outra maledicência,
Mas estou feliz.

Estou vivendo,
Discernindo a existência
Como uma história acromática.
Ironizo minha melancolia,
Mastigando-a com gosto,
Mas estou vivendo.

Estou chorando,
Por um bom motivo.
Não sustento meus ossos,
Estão comendo minha alma.
É como precisasse chorar
Igual a chuva para aliviar,
Não tenho lágrimas,
Governaria um calabouço de martírios,
Mas estou chorando.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A caverna de Platão


Caçado pelos dogmas,
Oprimido pelos homens,
Inocente sábio Platão,
Torturado por mentes más.
O que fazem esses jovens?

A caverna onde esteve,
Abriu sua mente,
A luz refletiu os doentes,
Julgado por olhos famintos,
Virou apenas um mito.

Insanos tem razão,
Obcecados pelo seu mundo,
Enxergam sombras fictícias.
Possuídos de fanatismo,
Morrem de orgulho.

Estão acorrentados em suas poças,
Poças de mentiras,
E na lei da vida,
Hipocrisia é divina,
A verdade é quem mata.

As vozes enlouquecem os homens
Sugadores de sangue.
É proibido pensar,
Varias mentes não pensam,
Uma morre ao pensar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Escusa

Desculpa, desculpa, desculpa,
Feri um coração,
Desculpa, desculpa, desculpa,
Bebi sem razão.

Perdoe-me, perdoe-me, perdoe-me
Amei por carência,
Perdoe-me, perdoe-me, perdoe-me,
Afastei-me na sua ausência.

Mate-me, mate-me, mate-me
Sou covarde e melancólico,
Mate-me, mate-me, mate-me
Só tenho meu dom alcoólico.

Ar pesado



Sentir que está morrendo,
Quando libertar-se,
Vai partir.
Está ofegante,
Respirando pó,
Entram igual cimento,
Endurecendo os pulmões.
Sente um concreto,
Grudado internamente.
Luta para respirar,
Afogando o coração.
O médico é a morte,
A morte é a cura.
A tortura de arrepender-se,
A todo tempo consciente,
Ciente do suicídio lento.
O lento doloroso,
Prazeroso.
A dor de errar,
De querer agradar,
Agradar o que te ama,
Simplesmente só errar.
O peso que se leva,
Leva dor,
Algo não tem cura,
E Sem morte,
É tortura.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A menina Sofia e seu filme de mulher



A moça chamada Sofia não sabia o que queria, seu pisar de menina enlouquecia alguns homens, mas ela não se sentia mulher. Seu coração doce e mimado igual de criança queria abraçar todos da vizinhança. Gostava de carinho e beijinho, mas não de carrinho.
A infância não esconde sentimento, é fácil demonstrar afeto, se quer atenção de todos, pois é um banho de inocência, imagine tamanha carência.
Sofia tinha medo de adultos, das atitudes. Sabia que homem adulto chora, e que menina quando cresce sofre por um adulto que chora por uma mulher. Nos filmes discernia episódios perfeitos. Aprendeu que paixão é sempre recíproca, que não existiam finais infelizes.
Sofia largou suas bonecas, passou se interessar apenas por filmes de romance e livros de contos. Tinha amor da família e de boas amizades, não conhecia outro arquétipo de amor.
Ela percebia que estava sofrendo alguma metamorfose, mas seu coração e jeito negavam isso. Seus pensamentos amadureceram, mas seu coração fraquinho e ausente de sofrimento continuou parado no tempo de tão doce. Não conhecia maldade das pessoas, pois  vivia profundamente dentro de seus filmes preferidos. Então Sofia resolveu crescer. Tinha tanto anseio para viver uma de suas histórias e imaginava cenas de uma vida harmoniosa.
Ela não pensava em conhecer um rapaz, se achava menina demais. Pensava em sorrir e viver cada vez mais.
O tempo passava tão depressa e Sofia amadurecia, mas não aceitava abandonar seu jeito de menina meiga. Começou a se interessar por rapazes, as palavras e olhares a encantavam, não conhecia as maldades. Tão inocente acreditava em tudo, e sua euforia estava acima de seu ego. Sentia-se amada por todos, não tinha conhecimento de pensamentos ruins. Queria logo se entregar para algum rapaz igual à felicidade que os filmes lhe transmitiam. Sem saber, seu coração começou a sentir algo estranho, seu estomago e peito causava sensação de febre. Tinha vontade de rir e chorar ao mesmo instante. Achou que estava doente. Seus olhos não desviavam de outro ser, e ela começou a perceber que seu coração tão bom começava a ganhar uma arritmia de prazer. Ela aprendeu que amava um rapaz. Ele descobriu e dela foi se aproveitar. Não sentia nada apesar de uma insignificante diversão de prazer, e seus amigos incentivavam  desgraçar nobre coração de Sofia. Ela acreditava em lindas palavras que a amoleciam vindas da boca dele. Ela estava vivendo seu filme feliz. O rapaz fez Sofia menina se transformar numa mulher, e contra a vontade dela, ela nem percebeu o que acontecia. Começou a sonhar por excesso, sem medo de expressar tamanho afeto. Acreditava que adultos eram iguais pinguins, tinham um único amor pra vida toda. Ela estava completamente apaixonada e acreditava honestamente nesses sentimentos. Sofia se sentia constrangida ao ver que o garoto não dava mais tanta importância e não a correspondia. Começou a se lamentar por ter virado uma mulher, foi obrigada a largar sua linda experiência de menina. Sofia então começava a chorar, e aprendeu que chorar dói, e não se chora apenas em filmes, e nem por falta brinquedos. O rapaz a deixou. Deixou com o coração na mão. Ele não a amava, e de um coração tão inocente se aproveitou. Sofia aprendeu que nos filmes ela não era a protagonista. Era a menina  por quem o garoto abandonava para ficar com a protagonista. Ela percebeu este lado da história, se abalou ao perceber que todas as cenas reais estavam ali no enredo, mas apenas ela não enxergava em sua infância, mas agora seu jeito mulher compreendia que não existe reciprocidade. Ela estava com o coração feito em pedaços, na vida nada lhe interessava, e a única coisa por qual acreditava desde a infância, toda sua súbita infelicidade a destruiu. Acreditava que sua vida era uma grande ilusão e do amor compreendeu que nada sabia. Sofia então aprendeu que não existem finais felizes e que o amor é apenas torturar a bondade de uma mulher, deixando-a completamente abismada. Começou a se interessar por filmes de drama, e percebeu que ali estava a realidade na qual não aprendeu. Agora passou se inspirar em filmes dramáticos. Sofia assustada nunca mais entregou seu nobre coração, pois estava morto, e sua ferida nunca mais quis fechar.   

Eu me rendo

Vago nas ruas nebulosas,
Avistando os lábios que se tocam,
Ali não vejo as rosas,
Meus olhos enxergam seus espinhos,
Por estarem atrofiados em meus olhos.

Não resisto a entregar,
Esse coração tão inocente,
Pois há de esperar,
Outra alma tão carente.
Mais um inverno vai passar.

Difícil é negar.
Aqueles que escondem sentem,
Expresso tanto minha falha.
Tantos corações mentem,
Despedaçam igual folha seca.

Desisto de lutar
Para não amar,
Minha alma fica anêmica,
Sem forças de chorar,
E se amar dói, sou a tortura.

O medo me vicia,
A decepção vicia,
Amor é uma droga,
Paixão é uma ausente lucidez,
Eu me rendo de vez.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Galopeie, galopeia


Cavalo branco liberte-se,
Galopeie, galopeia.
Espere-me naquele campo,
Galopeie, galopeia,
O céu está amando.
Os ninhos de paz,
Cobrem liberdade límpida.
Gorjeios são sedativos naturais,
Galopeie, galopeia meu capataz.
A solidão ganha outro significado,
Reconhecimento de sabedoria,
Se o cavalo galopeia trás alegria.
Natureza é meu amor,
Seu choro lava minha alma,
Liberta meus anseios,
Estou indo galopear.
Cavalo branco meu amigo,
Olhe nosso mundo,
Desvendaremos tudo.
O céu crepúsculo é lindo,
O que é sombrio está afogado no rio,
E as lagrimas do céu leva embora.
Inspiramos as levezas das cores,
Olhos ou imaginação que as observa,
Galopeie, galopeia de mentira.
Se a temos a verdade existe,
Não apenas para olhos que vêem,
Pois imaginação se sente,
Galopeie, galopeia na mente.

Nobre coração

Meu coração não tem espaço,
Sofre tanto que morre.
Única energia que lhe restava,
Eletrocutou sua nobreza.

A paixão não é mais fenomenal,
Deixou sua moral tão morta,
Que para algo tão modesto,
O amor tornou-se tão banal.

Jovem espírito atordoado,
Não inspira mais esperança,
Crucifica-se de lembranças,
E o sentimento espanca nobre coração.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O sol e a lua

No céu a lua chorava,
Distante do sol que amou,
Com amargura lastimava
De sua alegria que se apagou.

A incoerência a matava,
Seu brilho a queimou,
Do alto de onde olhava,
O sol também chorou.

Seu amor de longe sofria,
A lua então se apagou,
Sua morte tão sombria,
Que pelo sol sacrificou.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hipocrisia aplaudida

Sábio homem que lutas,
Diante deste chão áspero,
Sacia sua vitória na miséria,
Pisando numa democracia iludida.

Teu suor estuprado
Por um argentário dependente,
Marcha feito escravo,
Pra ganhar um salário arrastado.

Aquele que peleja com dignidade
É julgado de delinqüente e vagabundo,
Os hipócritas é que são aplaudidos
Por um povo insano e estúpido.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Olhos manipuladores

Socorro!
Tire-me daqui,
Esses olhos me assustam,
Querem me possuir.

São manipuladores,
Querem minha sabedoria,
Vão roubar meu caráter,
Transformarei-me num deles.

Não quero ser igual,
Sou esquisito,
Mas tenho minha benevolência.

Suas mentes perigosas,
Querem minha moléstia,
Ajude-me, não quero ser normal.

Saudade

A saudade esmaga o peito,
Deprime a expressão,
Fustiga a alma,
Mata pobre coração.

A ardência do fogo,
Que queima por dentro,
Abandona cinzas
Agonizando amargura.

Quando não chora
Engole o choro ácido,
Que ferve os sentidos,
Possuindo o infinito vazio.

A saudade magoa,
Os olhos secam,
A alma beija a dor,
Enfurece os anseios.

Os abandonados sofrem,
Enforcam seus sentimentos,
Inspiram aflição
E morrem de desgosto.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

sábado, 15 de outubro de 2011

Sonata que ouço sem lucidez


Estou tão deprimido quanto a marcha fúnebre,
Atormentado de minhas lembranças,
Retomando meu presente desgraçado,
Onde cada melodia me suscita agonia,
E suas delicadas notas me amolecem,
Queimando toda minha histeria.
Por algum momento sinto-me flutuar,
E quando meus pés tocam o chão,
Amoleço a terra que há de me cobrir,
Na mesma em que não poderei chorar,
Na mesma em que lágrimas derrubarão ou não,
Na mesma em que não verei
Se há alguém me visitando.
Tão lentas as notas,
É a demora de meu sofrimento,
E o peso da sonata pesa meu peito,
No qual é possível sentir o fim,
No qual estou caminhando para a morte,
Longe da consciência,
Estou adotando tal personalidade,
Alguma que me faz sentir de verdade,
E me afoga sem lealdade,
Compreendo como a mentira dói,
Mas a verdade eu supero,
Nesse copo me enterro,
Pois nele despejei todo meu atormento,
Que logo depois sobra solidão e um vasto de ingratidão,
E a ultima nota finaliza minha dor.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Como explicar o amargo e tão ardido que está enfurecido dentro de mim. Acendendo uma angustia que unifica com os arrepios que sinto saírem dos meus ossos e chegarem à minha pele, rasgando todas minhas veias. As lágrimas percorrem feito ácido queimando todo meu corpo a cada suspiro que inalo desse ar tão áspero. Aspiro toda agonia que me sufoca e enfraquece, como se o mundo inteiro estivesse em guerra dentro do meu ser. 

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Menina, não chore

Menina que choras,
Feito infância
Procura se aconchegar,
Quer se ocultar
De suas lembranças.

Não temas,
Conte-me teu segredo,
Não te desesperes
Porque perdestes tuas asas,
Você ainda é um anjo, espere.

Acalma-te,
Você ainda respira,
Controle tua angustia,
Não desabe,
Contenha-se na vida.

Menina que sorri,
Com os olhos faz-me rir,
É tão triste vê-la chorar,
Se ainda podes sorrir,
Levante e voe, você pode, é um anjo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Acho que todos, creio eu, dizendo melhor, alguns, não conseguem viver tudo o que gostariam, pela falta de coragem ou pelo excesso de medo. O resultado não seria a incapacidade de não conseguir viver o bastante, e sim a preguiça que se manifesta com entardecer da vida e a tranqüilidade das circunstâncias, pois a respiração ainda não está ofegante e  esperam chegar ao fundo do mar para voltarem a respirar e lutarem pra viver.
O agonizante não é perceber que existiu por um difuso e inexistente período, no qual passou por múltiplos lugares e olhares, e sim se terá tempo  de fazer  algo indiferente antes que o prazo esgote.
O desespero envolve como  estivéssemos ligados a um cronômetro e o mundo tivesse tempo para uma eternidade, e ficamos procurando com anseio algo que nos preencha, como se o externo mudasse algum sentimento do que teríamos sentido antes.  

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Venha

Venha, venha depressa,
Deixe-me feliz,
Em seus braços sustentar,
Deixar o presente vivo
E o futuro não existir.
Corra, só penso nisso,
Não temo o perigo,
O que quero é maior,
Quero amar sem compromisso,
Fique junto comigo.
Seja rápido,
Antes que a chama se apague,
Agora preciso,
Quero seu carinho,
Segure minha angustia,
Beba este copo de vinho,
Junte-se a mim,
 Seremos os filósofos dessa noite,
Serei sua compaixão,
Você será minha companhia,
Seremos melhores amigos,
Beijaremos com eterna paixão,
Amanhã me deixará,
Mas venha,
Quando a solidão atormentar,
Venha na noite sombria,
Quero ser sua menina,
Não quero dividir o copo
Com a solidão,
Quero algo intenso,
Que dure um dia,
E não uma eternidade de mentiras.

Anseio pelo proibido

Esse sorriso,
Não sei certo donde vem,
Igual a uma nascente,
Vai a caminho de encontrar
Sua outra metade, feito rio.

Tal euforia,
É tão prazerosa,
Ao mesmo tempo causa medo,
Dúvidas e curiosidades,
Reacende o fogo do meu peito.

O desejo está de cor avermelhada,
No qual envolve sedução e paixão.
O cinza predominou por longo período,
Nele sentia  frustração e mágoa.
Arrisco experimentá-lo apenas uma vez.

O medo se torna bom,
Deixa meus batimentos em chamas,
Abre um buraco no estômago,
Mas é uma sensação boa.
O proibido se torna um vício.

Embora seja uma ilusão,
Que  me deixa eufórica,
Procuro arriscá-la.
Meu coração sabe quem tu és,
E se for impossível quero cada vez mais.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Almas tábidas

As almas tábidas vagam
Suscitando os males, 
Suas trevas formam escravidão, 
Aprisionando fogo ardente
Queimando o próprio coração.

A vida transforma-se em sepultura.
Doentia tristeza contagia,
Os lençóis são metamorfoses de solitude
Que adormecem sobre os vivos,
E beijam minha aguada plenitude.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Anjo triste

O anjo triste se foi,
Pra bem longe levou meu coração,
Minha alma ficou sem vida,
Levou contigo minha razão,
De mim só restou confusa dor.


Sua tristeza morreu,
E você também.
Vagamente está dissipando em alguma dimensão.
Torno seus passos os meus,
Suas lágrimas caem dos meus olhos e sinto sua solidão.


Tudo está em silêncio,
Contigo partiu minha voz e meus ouvidos.
Apenas a natureza está viva,
Queria que estivesse nela,
Mas ela estaria cinza.


Os tambores no peito gritam alto,
Estão sufocados e ninguém ouve.
Os arrepios e a saudade acreditam,
Que seus olhos observam o mundo,
E ainda sente algum aperto na sua tão morta alma.


Seus restos enforcaram minha sombra,
E quando a solidão atormenta,
Consigo te experimentar.
Alimento as dores quando acredito estar sentindo,
E a solidão começa a se despedir contigo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Triste tristeza

Tristes musicas, 
tão serenas suas melodias,
seus refrões cortantes,
lembram alguém
deixando minha alma arrepiante.

Tristes versos,
murmuram a felicidade ausente,
engolindo a alma dos olhos que lêem,
agonizam mera cicatriz no peito,
franzindo laços presos no estômago.

Tristes dias,
crepúsculo infinito teu céu,
horas cinzentas matam lentamente,
em silêncio a morte visita,
mas a espanto com minha profunda solidão.

Tristes tristezas,
esmagam todo espírito perturbado,
sufocando o ar dos vivos,
transformam lembranças em vácuos,
perseguindo minha sombra até possuir-me.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A noite não é triste

À noite há paz,
as ruas são vazias,
as crianças já entraram,
os quartos calaram.
À noite se pensa
luz não atormenta,
companhia engana,
solidão na cama.
A noite é boa,
ninguém reclama,
pensamento solitário
me trás sabedoria,
no sonho ria.
A noite existe vazio,
solidão é bacana,
dorme roncando,
na cama esparrama.
A noite ensina
ficar só fortalece,
sonhos ajudam,
pesadelos não assustam,
realidade que é sombria,
no sono é fantasia,
a verdade meus olhos vigiam,
sonhar é doce mentira
que me trás alegria.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Hipocrisia de realidade


Embriaguez do que me fizestes ser,
Um frustrado sem caráter,
Amador de poesias sofridas,
Jovem sem rumo de personalidade abatida.

Eis jovens filósofos que me guiam,
Nas noites frias de neblina,
Tiram o resto de fé que me convinha,
Lamurio no clarear do dia.

Verdade que era tão anestésica,
Alimenta-se de meu espírito,
Tão frágil se quebra,
Tornando-me anêmico por determinado período.

Melodia que vira companheira,
Sinto seus tristes refrãos,
Amargura que queima,
Acostumei-me com tal solidão.

A felicidade existe,
Mas agora eu não a quero,
A cólera me serve de alimento,
E a mentira disfarça o meu sofrimento.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Será que existe alguém


Será que existe alguém que está pensando igual.
Será que existe alguém que está chorando ou rindo comigo.
Será que existe alguém igual a mim.
Será que alguém se pergunta, porque será isso agora?

Será que alguém já se sentiu abandonado,
Ou já gritou de tanta tristeza que chegou a rasgar a alma.
Será que alguém já deixou de acreditar na vida,
E saiu se embriagando feito um fracassado?!

Será que alguém já se perguntou: “o que estou fazendo comigo?!”
Será que alguém descobriu tarde que a vida não é tão ruim assim,
E passou anos se lamentando o porquê de não ter feito.
Será que existe alguém que pense que viveu em vão?!

Será que existe alguém que já sofreu por amor,
E se apaixonou facilmente várias vezes,
Ou se apaixonou todo final de semana por alguém,
Será que existe alguém que ama?!

Será que existe alguém, que ao ouvir uma melodia, vive nela.
Será que existe alguém que já se humilhou,
Feito uma criança mimada quando recebe um não da pessoa amada.
Será que existe alguém, que acredite em algo.

Será, será, porque será?
Será que amanhã vai melhorar?!
Será que a vida vai me derrubar, ou levantar?!
Será que posso acreditar, e me magoar?!

Será que sei o que me pergunto?!
Será que existe alguém que fracassou, mas voltou a lutar?!
Será que existe alguém que já sofreu mais que todos,
Ou amou de um jeito que ninguém amou um dia.

Será que alguém existe?!
Será eu um covarde?!
Será que existe a vida, o existir?!
Será que existe alguém que se pergunte o porquê será de tudo?!

Será que existe alguém para mim?!
Será que existe alguém que necessitou de amor, como se passasse fome,
Que chega a ser torturante, e o estomago ferve, se alimentando de suas tripas,
Será que alguém já teve fome de amor?!
Será, que os serás sejam todos ilusões, e nada existe?!