segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Não sei escrever sobre pássaros,  rosas ou coisas amáveis. Se eu conseguisse, o pássaro não voaria, e os espinhos perfurariam minhas palavras. O juntar das palavras vira um grande amigo, me deixa entregar em silêncio. Os olhos que percorrem nas letras tão aflitas talvez se confortem. A grande hemorragia de sangue fervente provoca hematomas invisíveis e incuráveis. Cada palavra é uma tortura, saem da profundeza do mais real sentimento infausto, como se os buscasse com um objeto pontiagudo, rasgando todos meus tecidos e artérias. Sensação de querer vomitar a mais cruel dor que não tem cura. A frieza me causa enjôos, como se me retorcesse simultaneamente ao engolir um choro amargo e podre.

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