domingo, 1 de dezembro de 2013

Seres maus




Está prazeroso cavar por baixo da minha pele?! 
continue tentando chegar à minha mente.

É, sou fraco,
Depressa faz-me implorar a morte.
Está ardendo as frestas que fez para eles me absorverem.

Quem está chorando dentro de mim permanece a me afogar,
e saio para respirar a sujeira que me restou.

Não soube usar o mal, agora ele fuma meu equilíbrio.
Sim, ele está me consumindo.

Quanto mais enfermo fico, mais amarrado me deixam,
 E quando a lágrima não escorre,
a dor é lenta ao engoli-la para meu íntimo.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Os amargurados



Ás vezes me silencio e evito respostas. Apenas me retiro e volto para meus soluços de repulsa. Me ofereceram arrogância e dei em troca meus prantos. Mas eles não merecem, não merecem a minha inocência e sensatez. Tento construir a serenidade  e o amor-próprio deles distraem meu equilíbrio. Eu caio, caio no ferro árduo e desmonto em sofrimento do qual eles não mereceriam ter facilmente.

domingo, 8 de setembro de 2013

éramos flores

Éramos flores macias e fortemente tonalizadas, tínhamos um ar puro e um sol que nos aquecia. Fomos criados em campos frescos sem venenos que o homem joga. Ninguém pisava em nossas raízes ou pétalas que brotavam. O solo que ajudamos a amaciar criamos vários de nós. Mas hoje chegou um assopro forte que nos deixou nus em espinhos. Nossas partes se perderam pelo campo repleto de sombras das nuvens inchadas de água. Não sabemos agora se algum vendaval nos encontrará deitados e levará um ao outro.
Estamos trancados num espaço real ou imaginável. Buscamos por verdades absolutas de um lugar que não tocamos. Onde os pés estão o solo não é notado. O pensante não conhece o próprio saber, nem o conhecimento o compreenderia. Não há limites para imaginação, pois ela é a única exata. As coisas são criadas, assim como o fato e o irreal. O conhecimento está em constante inspiração ao infinito.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

suspiro



Engolir teu suspiro é um orgasmo,
Orgasmo que causa embriaguez,
É estar chapado de euforia e dor.
De tanto anseio se torna um vício,
No qual transformo em lucidez.

Deito-me numa cama de alçapões,
Onde morrer deitado ao teu lado
Seria uma divida com eternidade,
Talvez um pecado de gula
Que mate minha honestidade.  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Bichos

Bichos testados e manipulados,
Com a coragem extraída numa cápsula inconsciente
São distribuídos para sistemas.
Testes da repressão
Quem permitiu?
O medo e a necessidade.

Que sono infeliz!
Transpira, transpira e corrói.
O dinheiro se gasta com infelicidade
Vestida de satisfação.
Quem está exultante agora?

Não saia daqui,
Você está acorrentado nesse chão!
Consuma o caro que o torna deprimido.

Espere criatura!
Amanhã deixo você apreciar lá fora
O nunca de hoje.

Está esperando ainda?
Oh! Vai morrer pensando em partir.

Não condene a tristeza

Por que o homem condena a tristeza?!
Ela possui o sábio.
Permita que se expresse como choros de uma sinfonia,
Do modo que o violino grita e o piano castiga.
Quem há de ser feliz sem ter tido melancolia,
E quem há de ser triste sem ter tido alegria?!

Existe quem se vicia,
Permanece caminhando nos campos de papoulas
Esquecendo de retornar para a lucidez.
Aquele que corre para os braços do delírio
E deixa a alma adormecendo num manicômio.

A teimosia tortura e adoece,
A sabedoria cria e enlouquece.

O tormento mata o racional e o espiritual
Daquele que se torna egoísta
Por tomar todas as gotas de dor
Não deixando sobras para a esperança.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Povo heróico já menciona o hino que nas escolas decorado e nas ruas entendido.
É menos vergonhoso aplaudir de fora a ignorar o teatro de rua que todos estão integrados, os protagonistas são os povos que habitam e dão vida ao país, elites, artilharias, passivos e agitadores. A luta é contra o poder e os direitos esquecidos, é luta contra papéis que tem mais autoridade que a necessidade do bem estar comum do homem. O poder público sempre foi marionete do governo, e o maldito fez todos viciarem no comodismo. Há quem julgue o povo sem levantar do sofá, há o povo que acenda sorrisos nos observadores oferecendo mais uma esperança. As utopias serão apagadas do dicionário, pois Raul já nos pronunciava: tente outra vez. O povo marcha nas ruas atirando flores e aqueles já robotizados pelo poder cometem vandalismo, pois a educação foi emprestada pra se fazer dinheiro sujo.
Não há como alimentar todos os filhos com a miséria, mas a mãe às vezes passa fome para alimentá-los, e isso pode comparar o Brasil que poderia alimentar seu povo, mas nesse caso não sabe dividir o alimento entre os mesmos, pois os filhos preferidos sempre ganham mais e os outros lambem os pratos.




segunda-feira, 10 de junho de 2013

vagão

Andando entre vagões procurando qual é o mais vazio,
Quero deitar-me agora, mas não consigo dormir,
Quando chegar avise-me por favor, pois estamos em guerra
Com nossas próprias lamentações.
A atmosfera não para de berrar, como posso fazê-la calar?
Não sei o segredo do tempo para eu descobri-lo sem ajuda,
Mas posso fazer qualquer coisa a toda ocasião.
Os trilhos estão por baixo de meus pés, fazem cócegas
No meu corpo, é como se eu fosse o vagão raspando no ferro,
E se sairmos dos trilhos estaremos livres e perdidos,
Será que os outros se machucarão?
Cantarei uma melodia para o vento levar aos vagos,
Alguém pode ouvir e nunca saberemos, posso deixar
Todos adormecidos e controlar a guerra,
Mas ainda estaremos aqui.


  

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Prazeroso os meus aplausos ao assistir aqueles aprendizes da ignorância sendo os mesmos estúpidos de hoje.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

espinho da rosa

Insisto em abraçar o corpo da rosa abarrotado de espinhos,
Quanto mais sangro sobre suas pétalas 
Mais eu afundo em seu ardor e mais a sufoco.
Não consigo soltá-la, me libertou, mas continuo
Adormecido em seus arames farpados.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Onde estou?


Há algum tempo me perdi,
O que fizeram?
O que fiz?
Esconderam-me no infinito
E o espelho não possuía mais imagem.
Cadê as mãos? Tirem-me desse precipício!
Não consegui achar minha sombra,
Ela está fugindo! Peguem-na!
Não é mais minha!
O que fizeram pra que ficasse desfigurada?
Eles estão rindo sem me perguntar,
Fizeram-me andar sozinho na rua
E resolvi acompanhar a penumbra.
Papai estou com medo,
O que devo fazer?
Tenho temor do escuro.
Mamãe posso dormir aqui?
Não durma antes de mim,
Querem pegar-me, afaste-os!

Ar? Não consigo respirar!
Preciso de ajuda,
Será que vou vencer?
Não quero sair daqui,
Estou protegido, ninguém me aflige,
Dê-me silêncio, por favor!
Não se desespere, me deixará em pânico.
Vou engolir os sedativos,
Está passando, mas será que vou conseguir
Dormir essa noite?

Estou me encontrando, mas sinto que interrompi
O tempo.
Venci o irracional, mas não me sinto normal,
Prenderam-me na maca e ela afoba minha
Respiração.
Estou me levantando aos poucos,
E ela fica cada vez mais pesada no meu corpo.
Posso voltar a ser pequeno?
Não me ensine o mau, quero ser comum,
Tenho inveja deles! Mas eles não têm minha alma!
Sou bom o bastante para receber o sacrifício?
Não mande-me para a guerra!
Mamãe amanhã estarei curado?
Contaram-me que é apenas uma fase.





segunda-feira, 20 de maio de 2013

Outra parte


Vejo-me dentro de você ser mortal,
Coloquei toda minha vida em você,
Junto com todos os espantos e segredos.
Se eu perguntar não me responda
Com o silêncio, sabe que preciso ouvir.
Posso saber de tudo, mas mesmo assim
Preciso que você repita, pois suas palavras
São calmantes para meus ouvidos.
Se eu tiver medo, entenda que tenho medo
De tirar os pés do chão e perder o ar,
E quando pergunto do passado não se zangue,
Apenas quero ser melhor que ele.
Se um dia eu chorar por motivos tolos, talvez
Seja por não acreditar ser tão bom,
Ou quando te observar triste não se espante,
Estarei respirando espinhos e farei expressão de dor,
Sua tristeza é meu suicídio.
Posso te magoar, não é proposital,
Sou apenas um ser impulsivo e te amar
Deixa-me com um pouco de loucura,
Sentir você é tragar entorpecentes
De um manicômio.
Nunca soube que adormecer seria tão fácil,
Nem que fingir ser outra pessoa fosse desnecessário,
Não enfrentei navalhas nem canhões,
Apenas senti o que duvidava e segui a estrada
Da qual você me esperava, sentei ao seu lado
E sua pele sugou toda minha alma.
O anseio quase nos sufocou, mas a inocência
Fez-nos criaturas serenas, pois sabíamos de tudo.



  

terça-feira, 14 de maio de 2013

Dizem que quem conversa com cachorro é louco, quem conversa com as paredes é louco, também não seria loucura conversar com a sociedade? Estamos sempre falando sozinhos de qualquer modo.

Se morri


Se eu morri hoje,
Morri aconchegado,
Morri jovem e num velho ditado.
Se eu morri hoje,
Não fez sol,
Não recebi flores
Nem cores.
Se eu morri hoje,
Não virei astro
Nem poeta bêbado,
Não vi a terceira guerra
Nem a nova era.
Se eu morri hoje
Não existi o amanhã,
E cá entendi
O que há de viver no ontem.

terça-feira, 7 de maio de 2013

amor em estética

Vejo corpos, mas não vejo rostos,
Olhos estão mastigando desejos.
O homem é escravo do prazer,
Observa o charme e não a essência.

No mundo de cego ninguém é sozinho,
Há beleza na escuridão. 
O carinho é a luz
Que guia o atrito entre os corpos.

Quem se ofusca dos próprios olhos
Não vê almas, vê formatos falaciosos
Esculpidos pela sociedade, que são
Vendidos a troco da verdade do homem

domingo, 14 de abril de 2013

Amor é conhecimento

Nenhum amor é igual, nenhum amor é verdadeiro,
O amor é apenas diferente, é um aluno desobediente,
É um entardecer de inverno, é um banco velho.
O amor é conhecimento sem exceções,
É conhecer a dor e as exultações.
O amor é uma palavra que não se define, é uma definição
Que se finge.
Ele é um clichê que ninguém vê, é um amigo tímido,
É a inocência dolente, é sábio tolo que tropeça na arapuca
E sai doente.

soberanos

Somos essências do inexplicável e soberanos das falhas observáveis.
Carregamos mistérios desiguais e desejos carnais.
Todos são juízes da liberdade que se usa,
E culpados dos anseios que se pratica.

Os certos e os errados que são incertos.
As retóricas de poderes hipnóticos que nos condenam.

Nosso individualismo de dúvidas que se morre no coletivo.
O ser pensante que duvida de si e se penetra na evolução lógica
Sem nada saber do próprio pensar.

A cegueira que vivemos não é imortal, mas igualamos à nossa mortalidade,
E no fim somos todos seres brutos.
Somos contradições da nossa própria mente e sábios dos nossos erros,
E erros das nossas certezas.

segunda-feira, 18 de março de 2013

vendeu a alma


Ela vendeu a alma pro diabo, pegou a felicidade e martelou sua dor no peito de todos, tomou veneno para se entorpecer, subiu na colina e se jogou pensando que era um anjo, depois acordou no inferno e o fogo não deixou os prantos molharem seu rosto, então percebeu que mesmo na dor ela era feliz e até o diabo riu da coitada.

Há sentido


A vida trama cada arapuca, é malandra.
Tem tanta gente sobrando pra se desejar
E ela te faz roubar o ninho quente.
É tão sacana essa malandra
Que você vira o vilão da televisão,
E na melhor cena mastiga a dor do infeliz
Com gula gigantesca.
Logo, a pressa tira um cochilo e a alma
Altruísta boceja ao despertar do leito egoísta.
Nada que é quebrado fica sem trincas ao se colar
E quem provoca a queda também fica assustado.
Mas o que se sabe, é que no final das contas
Essa malandra sempre tem razão.
Para se fartar de felicidade cabe  
Enfrentar uma guerra de riscos, todavia às vezes
O guerreiro se torna egoísta, e o egoísmo o torna feliz.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Escravos da consequência


O amor hipnotiza todos seus escravos, os alimenta de coragem e egoísmo. Assim que se entorpece no desejo, a felicidade se torna individualista. A felicidade é um sedativo que vicia, e nenhum vicio pode ser nutrido consecutivamente na existência, ou a inexistência se torna uma felicidade inconsciente. É um equilíbrio universal. Quando se habitua a emoções de alegria o medo consome o limite, é como ter um copo de euforia, quanto mais bebê-lo mais breve ficará vazio, e até servi-lo outra vez a sede castiga.


   

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Antes da meia noite


Antes da meia noite ouvem-se os gritos das crianças na vizinhança,
As conversas entre amigos e amantes,
Ruas com vida e vozes que aconchegam o silêncio do quarto escuro.
Antes da meia noite a lua adorna o céu visto da minha janela,
Ao deitar é a única luz qual hipnotiza meu inconsciente.
Antes da meia noite se pensa na vida, nos dias sem saída,
Nos amigos de bar e a quem amar.
Antes da meia noite a saudade faz doer, se tem medo de morrer.
Antes da meia noite a porta bate, cachorro late e amor não vem.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Aqui jaz


Deitarei-me no último lençol que me acolherá,
Com flores me cobrindo feito uma manta,
Um passeio astral que me deixará em transe eterno.
Quando as mãos tocarem meu corpo frio e entorpecido
Aquecerão minha alma me guiando para o transcendente.

Talvez as lágrimas daqueles que me fizeram chorar
Queimarão-me ao lamentar perante meu corpo.
Aqueles aos prantos sentirão e não eu, meu físico já terá partido.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Líricos desconhecidos


Onde está a outra parte do seu poema?
Não o encontrei para terminar minha parte.
Somos estranhos demais para nos entender
E continuo engolindo seus mistérios.
Talvez você não entenda a respeito do meu medo
E o enxerga como egoísmo, e eu nada sei sobre
Seus anseios.
Demorei demais para começar os rascunhos e
Sua paciência gritou.
Virei o papel amassado que você desistiu de escrever
E viramos dois desconhecidos.