Afastarei,
Se afaste, se afaste,
Nunca consegui,
Nunca tive
Desejos fartados.
Estou acostumado,
A dor está atenua,
Sem clemência, sem flor.
Não me assombro.
Mastiguei o medo do triste.
Deixe-me fortalecer aqui,
No meu lugar de início.
Que vício, que vício.
Culpa?
Culpa só dos olhos,
Dos olhares cegos,
Dos desejos que não amei.
Finjo, finjo,
Para assustar a exultação,
Pra quê? Pra quê?
Sei, não sei.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Não se pode afirmar o lado positivo ou negativo de uma hipótese sendo se um dos lados não for evidenciado, a afirmação de um gerará afirmação do outro, assim quanto à negação, ambos os lados são interligados, se pendem. Da mesma forma que se não for comprovada a existência de Deus não existirá uma resposta para a inexistência. Portanto a única teoria exata é viver rejeitando todas as hipóteses, pois elas não farão o mortal transformar-se em imortalidade.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Últimas lembranças
Na noite frígida
Tirou-me pra dançar,
Ri e retornei ao lugar,
Minha timidez é rígida.
Chamou-me: vem cá,
Olhe acima minha cara,
Era o céu estrelário num orifício.
Ah, que gentil!
Homem louco, menino só.
Entre pulos alegres
Ouvia-se a melodia,
Sua alma ardia,
Ele estava contente,
Eu o observava.
Nossas filosofias de etilismo
Interligavam-se,
Analisava olhar pensativo
E sua quieta compreensão
Confortava-me.
Seus mistérios eu não desvendei,
E no adeus os descobri.
(Esse poema dedico a um jovem filósofo do qual estava começando uma amizade. As madrugadas frias que nos comunicamos são as últimas lembranças. O tempo insuficiente fez com que da vida ele partisse. Para o amigo Ton)
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Despedida estúpida
As lágrimas não trazem milagres,
São dentes que rangem,
Ácido que sufoca a alma,
É dor que se franze.
Dar-se adeus,
É se assistir naquele féretro,
Ter o ser pisoteado na marcha fúnebre
Por pés gelados de agudas dores.
Alma estremecida pela cólera,
Veste-se de vozes desesperadas
Cada grito é um rasgo que agita o ser.
A despedida é beijar a morte
E aceitar engoli-la.
São dentes que rangem,
Ácido que sufoca a alma,
É dor que se franze.
Dar-se adeus,
É se assistir naquele féretro,
Ter o ser pisoteado na marcha fúnebre
Por pés gelados de agudas dores.
Alma estremecida pela cólera,
Veste-se de vozes desesperadas
Cada grito é um rasgo que agita o ser.
A despedida é beijar a morte
E aceitar engoli-la.
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