terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Afaste-se


Ser enigmático anseio entender,
O porquê a pele arde quanto mais desfruto você.
Suas melodias não alcançam minha alma,
E nem me acalmam,
Mais indecifrável se torna minha angústia
E minha culpa.

Escorreguei num abismo qualquer
E meu corpo sente a queda sem fim que esfria meu sangue,
Não há chão,
Não há luz,
Não há fim,
Apenas a gravidade me comendo viva.

Não alcanço respostas certas,
Pois as respostas que gostaria de entregar
Estão me arranhando por baixo desta carne,
E talvez arranhassem seu coração junto.

É injusto,
Seu ar não me pertence,
Não posso respirar,
Iríamos nos infectar.

Tem algo pulsando meu peito sem hesitar,
Estou perdendo forças lutando contra meu organismo,
Mas ele insiste em me dilacerar,
É estar em pedaços sem conseguir morrer.

Quanto mais meu sono você rouba
Mais rastejo envenenando suas veias,
Talvez só queira magoá-lo.

Quero converter sua cautela
Em borbulhas no seu estômago,
Será nosso segredo de angústia.

Quando decifrar seus mistérios
Vou destroçar toda sua alma,
Seu corpo,
Sua mente,
Sua decência.

Meus impulsos vão devastar você.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Mundo submerso


Estranho, distraído,
Tudo corrompido.
Quem são vocês?!

Estão salivando caos,
Bons ou maus.

A estupidez alheia

Minha garganta
Cheia de areia,
Se respirar sufoca
Mais e mais.

Solo arenoso
Afunda a alma.

Não se mexa!
O mar está vindo pegar.

Movediça, movediça,
Não é fácil flutuar.

Corpo agitado desce
Cada vez mais,
Mais,
Mais,
Mais,
Mais.
Áspero, Submerso.