Ser
enigmático anseio entender,
O porquê
a pele arde quanto mais desfruto você.
Suas
melodias não alcançam minha alma,
E nem me
acalmam,
Mais indecifrável
se torna minha angústia
E minha
culpa.
Escorreguei
num abismo qualquer
E meu
corpo sente a queda sem fim que esfria meu sangue,
Não há
chão,
Não há
luz,
Não há
fim,
Apenas a
gravidade me comendo viva.
Não alcanço respostas certas,
Pois as respostas que gostaria de entregar
Estão me arranhando por baixo desta carne,
E talvez
arranhassem seu coração junto.
É
injusto,
Seu ar
não me pertence,
Não
posso respirar,
Iríamos
nos infectar.
Tem algo
pulsando meu peito sem hesitar,
Estou
perdendo forças lutando contra meu organismo,
Mas ele
insiste em me dilacerar,
É estar em
pedaços sem conseguir morrer.
Quanto
mais meu sono você rouba
Mais
rastejo envenenando suas veias,
Talvez só
queira magoá-lo.
Quero converter
sua cautela
Em borbulhas
no seu estômago,
Será
nosso segredo de angústia.
Quando decifrar
seus mistérios
Vou destroçar
toda sua alma,
Seu
corpo,
Sua mente,
Sua decência.
Meus
impulsos vão devastar você.