segunda-feira, 27 de março de 2017

Eles vão se destruir

Estou de nenhum lado,
Eles vão se destruir,
É a guerra do poder e a do saber.
É a corrosão do ser,
Já não há luta,
Só obsessão,
É obsessão, obsessão do não.
O fanatismo embutido,
Paradoxo invertido.

A Guerra dos direitos
Torna-se guerra dos prazeres,
Da língua se começa e da espada se termina.

É o ego que vira morfina
E vicia,
Assassina.

A razão é cretina.

A lei determina,
O cálice se cria,
Extermina.


Quem é você meu eu?!

Houve um momento em que abria os olhos já com o coração acelerado, como se a realidade me assustasse, um choque a cada despertar, e a cama era o limbo.  E como vim parar aqui não sei. Não sei onde comecei a ser o observador da própria vida, aquele que mal sabe a história que guia. Virei plateia desentendida. É um estranho no espelho, é um corpo alheio. Quem é você? Por que me olha?Tenho medo de você.


Amigo ausente

Quem vai?
Quem fica?
Explica.
Volta?
Foi embora.
Quem ajuda?
Às vezes fica.
A saudade?
Continua.
Que distância,
Que vago.
Amizade?
É memória
De quem ausenta,
E do coração nunca partiu.
Os caminhos?
Nunca são os mesmos.
E o lar?
Amigos retornam.
E o declínio?
Amigos levantam.
A ausência?
É física.
A lembrança?
Uma dor plena.
amigo?
Um irmão que partiu,
E sempre retorna ao lar
Do coração que sentiu.

sábado, 11 de março de 2017

Perdido agora

Acordei um tanto antigo,
Romântico esquecido.
Se hoje uma pétala me tocar,
A epiderme vai queimar.
Quando aquela música começar,
O coração há de disparar.
A melodia que do passado retorna
Agora de dor me contorna.
A falta do eu daquele momento
Que o agora precisa,
Mas ele é mutável.
Não será encontrado
E aprender necessita.
Acordei um tanto à flor da pele
E me senti vivo,
A saudade me serviu um banquete
E cá estou empanturrando
As borboletas do estômago.