sexta-feira, 4 de novembro de 2016

livres, somos

Como animais selvagens,
Somos.
Acostumados a usar algemas
E soltos como bestas adestradas,
Na liberdade não sobrevivemos.
Dependentes da carne,
Dependentes do luxo,
Dependentes do perdão,
Dependentes de carência,
Dependentes de nós.
Da solidão teme,
O vicio contamina a liberdade,
A liberdade de não depender,
Depender do medo do não.
Quando livre, não vive.
O abandono é dor,
Dor da dependência,
Do egoísmo que adormece no colo.
Não temos donos, mas queremos estar presos,
Queremos ser donos da própria gaiola
E manter ela fechada.
A mão que nos solta,
É a mesma que nos liberta,
Mas já sem saber como apreciar a selva,
Ignoramos,
E de angústia nos tornamos,
Pois temos medo da solidão
E do não.
Livres nascemos,
A prisão escolhemos.