sexta-feira, 29 de julho de 2011

Hipocrisia de realidade


Embriaguez do que me fizestes ser,
Um frustrado sem caráter,
Amador de poesias sofridas,
Jovem sem rumo de personalidade abatida.

Eis jovens filósofos que me guiam,
Nas noites frias de neblina,
Tiram o resto de fé que me convinha,
Lamurio no clarear do dia.

Verdade que era tão anestésica,
Alimenta-se de meu espírito,
Tão frágil se quebra,
Tornando-me anêmico por determinado período.

Melodia que vira companheira,
Sinto seus tristes refrãos,
Amargura que queima,
Acostumei-me com tal solidão.

A felicidade existe,
Mas agora eu não a quero,
A cólera me serve de alimento,
E a mentira disfarça o meu sofrimento.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Será que existe alguém


Será que existe alguém que está pensando igual.
Será que existe alguém que está chorando ou rindo comigo.
Será que existe alguém igual a mim.
Será que alguém se pergunta, porque será isso agora?

Será que alguém já se sentiu abandonado,
Ou já gritou de tanta tristeza que chegou a rasgar a alma.
Será que alguém já deixou de acreditar na vida,
E saiu se embriagando feito um fracassado?!

Será que alguém já se perguntou: “o que estou fazendo comigo?!”
Será que alguém descobriu tarde que a vida não é tão ruim assim,
E passou anos se lamentando o porquê de não ter feito.
Será que existe alguém que pense que viveu em vão?!

Será que existe alguém que já sofreu por amor,
E se apaixonou facilmente várias vezes,
Ou se apaixonou todo final de semana por alguém,
Será que existe alguém que ama?!

Será que existe alguém, que ao ouvir uma melodia, vive nela.
Será que existe alguém que já se humilhou,
Feito uma criança mimada quando recebe um não da pessoa amada.
Será que existe alguém, que acredite em algo.

Será, será, porque será?
Será que amanhã vai melhorar?!
Será que a vida vai me derrubar, ou levantar?!
Será que posso acreditar, e me magoar?!

Será que sei o que me pergunto?!
Será que existe alguém que fracassou, mas voltou a lutar?!
Será que existe alguém que já sofreu mais que todos,
Ou amou de um jeito que ninguém amou um dia.

Será que alguém existe?!
Será eu um covarde?!
Será que existe a vida, o existir?!
Será que existe alguém que se pergunte o porquê será de tudo?!

Será que existe alguém para mim?!
Será que existe alguém que necessitou de amor, como se passasse fome,
Que chega a ser torturante, e o estomago ferve, se alimentando de suas tripas,
Será que alguém já teve fome de amor?!
Será, que os serás sejam todos ilusões, e nada existe?!



segunda-feira, 4 de julho de 2011

Despedaçando


Em pedras, estou me sentindo preso a elas,
Não consigo mover-me, não consigo sentir-me,
Já não estou aqui, minha alma já não está,
Não consigo raciocinar, mas ainda respiro,
Respiro remorsos e meus pulmões seguram mágoas.

Até quanto tempo irei esperar aqui,
Já estou transformando-me em escuridão,
Friamente estou despedaçando,
E não consigo encontrar os pedaços,
Já os perdi para o vento, e o tempo.

Minha visão arde, mas não vejo lágrimas,
Meu coração bate, mas não o sinto,
Grito, mas ninguém ouve,
Sangro, mas não deixo manchas,
Eu estou aqui, mas não existo.

Estou mais cinza e nostálgico,
Do que um dia de inverno chuvoso,
Tão morto quanto uma pedra,
Não sei mais quem sou, e no que estou me transformando,
Mas pra alguma razão de estar aqui, ainda estou pensando.
Por favor me diga quem sou.