quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cisne mudo




A distimia se torna vestígios peculiares no olhar,
Feito embriaguez seca que ferve os pulmões,
Nivelando ao vazio do lago que o cisne emudece,
O qual anseia a única melodia que o guiará à morte
Oferecendo alívio à surdez e à dor dos homens.
O cisne canta para que o mortal chore,
Sacrificando-se do silencio para o nirvana,
E ambas as almas estarão vagando no lago não mais vazio,
Do qual os prantos o preencheram.

domingo, 11 de novembro de 2012

Medo do medo



O desespero anda me entorpecendo,
pela pressa de respirar,
amortece minhas mãos,
e corro da morte.
Quase me entrego,
estou morrendo,
estou morrendo,
ajude-me.
Dê-me o ansiolítico,
está passando
Não! não está passando,
estou com muito medo,
ele continua pesando meu peito,
não quero dormir.
Mamãe me dê um refúgio,
papai não chore.
Continuo perdendo as batalhas,
principalmente quando há o escuro.
Viro coruja que tem medo da noite,
com a alma trêmula e amarrada.
alguma fé busco.
Socorro!
não me leve agora.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Esquecendo o choque, as cobaias repetem


Cá estou,
Na monotonia do meu pensar
Do meu sentir,
Inexplicável,
Ó cruel.

Masoquismo abstrato,
É o vicio de desejar.

Engolir as palavras
E senti-las agitadas
Descendo
Descendo
Descendo
Ah!
Deram-me uma apunhalada.

Explica-me,
Alguém aí?
Seus conselhos não me adormeceram.

Desisti antes da guerra,
Joguei-me na frente do canhão
E inalei minhas cinzas.

A serenidade prendeu-me,
Mas que bela armadilha,
Não me solto,
Nem tento.

Pra que cuspir tanto ardor?!
Ainda estou mantendo as brasas acesas.

Paraliso,
É falso.
Réplica de todos os ensaios.

Ironia virar cobaia da própria experiência.
Erradas,
Falhas.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pense que vivemos numa dimensão, o vazio nela é o que não enxergamos, e seus vácuos estão preenchidos numa outra dimensão residindo o mesmo ambiente, não há espaço, é como nadássemos num oceano que não enxergamos, e estamos todos flutuando nele ligados uns aos outros por cordões umbilicais junto com todos outros tipos de formas de matérias vivas. E isso nos gera todos os impulsos do planeta. Estamos alimentados de energias não visíveis e outros tipos de microorganismos, que talvez estejam interferindo-nos de outras dimensões das quais nós não estamos evoluídos para reconhecer, mas ambas estão impregnadas umas as outras, e se no visível, forma um espaço singular. 

Chegará a vez do estouro, no fim de aturar engolir choros e desespero. Difícil manter um sorriso no rosto quando o corpo está numa fogueira, é tão difícil respirar quando a atmosfera é cinza e densa. A cada soluço cometido mais a corda que me enforca aperta meu pescoço, a cada estado de prantos recebo mordidas mais fortes do desespero, e quando sinto que vou perder a luta para a morte, de repente acordo, mas infeliz, a dor não morre.   

Simples e exato


Aludo veracidades, tão simples.
Mergulho para o interno,
Decifro-me.
Acalma sem pressa,
Sacia.
Pensar é uma agulhada
No físico,
De essência transcendente,
Abstrato homicida.
Lástima candente.
  

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Visões ambíguas


O ser existe na loucura, com sua aura ofuscada, cachimbando a euforia como armadilha para que a tristeza atenue. Por sua vez o sábio lírico é taxado de insano, anomalia da sociedade.
Os desnutridos de humildade não descobriram como usar a sabedoria, e como aprendizes saberão evoluir sozinhos.
Fugindo da visão social, existe um homem que chora ao sonhar com a irreal morte do pai, o reprimido pelo medo e seus segredos abstrusos, necessitado de colo materno, o qual não sabe a forma de batalhar contra a dominação, e em sua dor singular se esquiva da lucidez.
O homem é uma criança que engole choro. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Desperte

Beijar-te é morte súbita,
Entregar-se a dolente transe.

Calúnia, calúnia,
Há todos, há ninguém.
Nada puro, nada sóbrio.

Necessitado de amor,
Mesmerismo da dor.

Saboreia a papoula,
De estética agradável,
Entorpece.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


Eu poderia viver muito bem só, numa selva. Quando meu espírito sofre não há como curá-lo da maneira do físico. E os seres humanos me provocam isso, como se tivessem me envenenado, e minha saliva fosse ácido que desce e queima todo peito e estômago. A sensação de desgosto me penetra por eu ser uma cobaia de análises hipotéticas, vendidas como exatas. Há algum ensinamento que diz que o homem tem que viver em sociedade, mas quando exijo apoio atiram gasolina em meu cadáver e em seguida deitam uma vela acesa sobre ele, logo continuam rezando disfarçados de altruístas


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Acúleos sociais


O orgulho ferido se transforma em cordas enlaçadas no meu pescoço e acúleos no meu ânimo, ao saber que minha pessoa não é capaz de agradar todos os seres. A sociedade me causa ânsia de vômito, da mesma forma que uma doença me causaria um mal estar físico e psicológico. O medo da morte se iguala ao ter medo desses olhos e bocas, logo os dois são algo que desconheço, e não se sabe como se manifestarão para me deixar entorpecido e frígido.  Ou se morre para a sociedade ou para a própria morte. De outro lado o que sustenta permanecer amortecido são os amigos, que são morfinas alimentando meu corpo e alma.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os vivos que me observam, me sufocam


Cela o que tu tens de tão torto?
Por que me espantas?
Tuas grades presas em minha garganta,
Faz do meu corpo tão denso
Para que eu arrisque fugir.
Por que os olhos e bocas vagando
Dentro de ti,
Deixa-me tão louco?
Vozes retrucando no eco,
Faz meu corpo se agitar,
Preciso me entorpecer,
Não que eu já não esteja
Fisicamente paralisado,
Mas minha mente persiste inquieta.

bocas


Gritar em ouvidos até que bocas me fartem,
Até que corpos tremam e me inquietem,
Sacie a inocência e cuspa meus receios.
Quando épocas desiguais se beijam,
Até a morte enlouquece.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A astúcia é uma vilã silenciosa, alguns a tem na calma e outros na disputa de ego. Os sábios ridicularizam silenciosamente os cínicos que exaltam seu egoísmo aplaudido

terça-feira, 4 de setembro de 2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A partir do momento que saímos do útero e atingimos a existência nos tornamos escravos da morte.
O que seria da rosa se não houvesse espinhos para protegê-la? Ao invés de seus espinhos arranharem quem a toca, ela sairia ferida por sua fragilidade. Os seres humanos são parecidos, machucam por medo de sentirem a dor, mas o que não sabem é que a dor às vezes vale à pena.
O sábio do qual esquece que a bondade é algo astuto, logo se assemelha aos burros. A arrogância não é inteligência, ela sufoca seu viciado, por conseguinte o suicídio espiritual é burrice.
Povo reclama, povo fica indignado, povo é povo. Quando acontece estupro ou estilos de sadismo o povo sensível chora, chora em frente a uma televisão, é longe, é em outra cidade, em outro país, querem linchar o réu. Quando acontece no vizinho o povo nem vê, não quer ver, não se aborrece. Aldeia quer salvar o mundo, mas não sabe o começo, não consegue alimentar sua comunidade para se fortalecer na luta, e tão fracos não lutam, nem chegam a treinar. É necessário que o homem antes nutra seu lar para tentar sustentar o resto do mundo. A luta é aqui e não lá.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Quando o verdadeiro amor por um ser é descoberto, o magoado não alimenta a cólera ao vê-lo feliz, mas ama aquilo que lhe tirou do ser para fazê-lo feliz.

terça-feira, 24 de julho de 2012

mortal egoísta

Tu! Mortal egoísta!
Não furtes minha vida,
Dê-me o gosto de tirá-la!
Onde guardas tantas almas?!
Mas és tão medroso,
Por que não tiras a ti?
A existência lhe pertence,
Te fartas de prazer e mate-a!
Meu subconsciente é psicólogo da minha consciência lúcida.

domingo, 15 de julho de 2012

Meu lugar

No frio de um deserto que habito
Os espinhos das rosas se quebram
Elas se atassalham a me ver.
O pingo da chuva congelado em sua folha
É como se chorasse eternamente.
Poderia talvez aquecê-la com meu choro,
Mas estou gelado,
E a lamúria congelou dentro de mim.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O amor é invenção de nossas mentes carentes quanto nossos corpos frios, que originam dores frígidas de estouros alegres os quais se tornam tão deprimidos. Amando ou não, é sempre sentida a mesma sensação corporal, talvez seja a fábula da qual o ser mais acredite ser autêntica.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Afaste

Afastarei,
Se afaste, se afaste,
Nunca consegui,
Nunca tive
Desejos fartados.
Estou acostumado,
A dor está atenua,
Sem clemência, sem flor.
Não me assombro.
Mastiguei o medo do triste. 
Deixe-me fortalecer aqui,
No meu lugar de início.
Que vício, que vício.
Culpa?
Culpa só dos olhos,
Dos olhares cegos,
Dos desejos que não amei.
Finjo, finjo,
Para assustar a exultação,
Pra quê? Pra quê?
Sei, não sei.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Algum tempo da existência nos preocupamos em envelhecer, a outra o medo a deixar de existir. Logo que o medo e a preocupação se vão, ficamos enraivecidos com o tempo que nós permanecemos tão entorpecidos.
Não se pode afirmar o lado positivo ou negativo de uma hipótese sendo se um dos lados não for evidenciado, a afirmação de um gerará afirmação do outro, assim quanto à negação, ambos os lados são interligados, se pendem. Da mesma forma que se não for comprovada a existência de Deus não existirá uma resposta para a inexistência. Portanto a única teoria exata é viver rejeitando todas as hipóteses, pois elas não farão o mortal transformar-se em imortalidade.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Últimas lembranças

Na noite frígida
Tirou-me pra dançar,
Ri e retornei ao lugar,
Minha timidez é rígida.
Chamou-me: vem cá,
Olhe acima minha cara,
Era o céu estrelário num orifício.
Ah, que gentil!
Homem louco, menino só.
Entre pulos alegres
Ouvia-se a melodia,
Sua alma ardia,
Ele estava contente,
Eu o observava.
Nossas filosofias de etilismo
Interligavam-se,
Analisava olhar pensativo
E sua quieta compreensão
Confortava-me.
Seus mistérios eu não desvendei,
E no adeus os descobri.


(Esse poema dedico a um jovem filósofo do qual estava começando uma amizade. As madrugadas frias que nos comunicamos são as últimas lembranças. O tempo insuficiente fez com que da vida ele partisse. Para o amigo Ton) 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Despedida estúpida

As lágrimas não trazem milagres,
São dentes que rangem,
Ácido que sufoca a alma,
É dor que se franze.

Dar-se adeus,
É se assistir naquele féretro,
Ter o ser pisoteado na marcha fúnebre
Por pés gelados de agudas dores.

Alma estremecida pela cólera,
Veste-se de vozes desesperadas
Cada grito é um rasgo que agita o ser.

A despedida é beijar a morte
E aceitar engoli-la. 

(Para o amigo Ton)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cobiça

Quanto mais pensa no mortal,
Mais o afasta,
Enforca-lhe.
Tu o beijas,
Ele o mastiga.

Instruí desejar,
Plágio!
Outro mortal.

Calúnia,
Tapeia alma,
Sacie.

Alma cuspida,
Mastiga,
Ódio.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Teria companhia de loucos



Talvez estivesse alimentando cisnes numa ocasião qualquer,
Sentado num banco velho ouvindo Tchaikovsky,
Matando-me com maços de cigarros podres.
Quem sabe esperasse que Freud me ajudasse.

Poderia ter sido o personagem de Platão,
Pra fartar-me de cicuta.
Critão e Apolodoro derrubariam lágrimas por mim,
E eu teria talvez dialogado com os deuses.

Meu ansiado Nietzsche talvez se lamentasse,
Teria ficado louco como ele,
Tomaríamos café e ele ouviria Richard Wagner,
Enquanto eu deprimiria pensamentos.

Teria dores de um Furenal March,
E Chopin poderia me abraçar.
Reuniríamos todos ditos loucos,
Entre passos de valsa feitos jovens pessimistas.

Poderiam ter me queimado no lugar de Joana,
Eu dividiria amarguras nos gritos.
Talvez tivesse sido Julieta de Shakespeare,
E teria odiado Romeu.

Chamariam-me de louco,
Brigaria por causa de cavalos,
E no final das contas,
Marcaria uma consulta com Lou Salomé e Paul.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O pessimismo é meu charme

Estou sentado adoecido,
Esperando a morte me buscar,
Tomando café ou embriaguez,
Enforcando-me com cigarros.

O pessimismo é meu charme,
Veste-me de remorso,
Cospe minha alma,
Rasga-me o olho, e choro.

Observo o inferno a minha volta,
Eles se alimentam.
Todos mastigam meus cálices.

Os gritos nas ruas,
É minha sombra vagando,
Se arrastando, se arrastando.

Derramei


Derramei no cálice
Meu sangue,
Para alimentar
Suas dores.

Derramei no cálice,
Meu desespero,
Para mastigar
Seus rancores.

Derramei no cálice,
Minha lástima,
Para enforcar
Seu egoísmo.

Derramei no cálice,
Minha vida,
Para beijar
Sua morte.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Marcha entre raios, mas tem medo de trovões.



Fome do tempo

Voraz existência,
Mastiga depressa,
Cospe, cospe.

Sacia o tempo,
Anseia sobras,
Estupidez engasga.

Astúcia calada,
Receia evolução,
Ignorância sufoca.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tempo

Porta vento,
Vento bate,
Bate o tempo.

Lembrança morde,
Oscula alma,
Enforque.

Sente o medo,
Esconde,
No canto, prantos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sabes homem, porque o assustas tanto com palavras intensas, deve estar sentindo-as para ficar assim tão infeliz. Não são as palavras que são tristes, é você meu nobre humano. Minhas palavras são os alimentos da tua lástima enjaulada entre grades suprimidas pela sua fome de amargura.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Nascemos numa fábrica de cérebros virgens “obrigados” a seguir ordens, como se os crânios fossem manipulados num espetáculo de fantoches, mas há aqueles que conseguem fugir.

A dor de amar não existe



Talvez se arrancássemos o cérebro não saberíamos a causa de tal sensação de agonia, mas como racionais escolhemos inventar a dor de amar, que talvez não exista. O coração está sentindo, mas pra felicidade ou tristeza a dor é a mesma, e a dor pode ser interpretada como boa, e sofrer é apenas uma fábula. As sensações de ardência e palpitações são mentiras de que precisamos de outro ser para curar isto, pois quando acreditamos que estamos felizes, vira dor de alegria, e não doença de paixão passageira.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fume meus vazios

Fume minha alma e vicie-se,
Pois este vício doente,
Tornou-se dependente do viciado.
Mascou a tentação do próprio detrito.

Sacie sua gula com meu sangue
E engasgue-se com sua frieza.
Cuspa este uísque possante
Que envenena suas veias.

Liberte-me de minha existência,
Mas que seja por seus tatos,
Descarregue a raiva ao matar-me
Como se fosse amor doentio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pensar mata

A vida é uma teoria, na qual alguns não acreditam, porém nós somos criados a partir de teorias  surreais, espirituais, racionais, lógicas e morais. Quando um ser vem ao mundo, recebe uma ajuda a construir sua identidade, entre elas, conhece estórias, ouve contos, no qual acredita, pois não conhece o lado da mentira, por uma série de fatos, vai descobrindo sozinho aquilo que não é real, que vivia apenas na imaginação, super heróis, fadas, deuses. Mas quando se fala em deuses, gera uma grave corrupção entre os dogmas da sociedade. Eis a questão de tanta polêmica, por que ser julgado ao duvidar ou parar de acreditar em fantasias a partir do momento que conhece suas próprias ideias de um ser racional. Histórias de quadrinho existem no subconsciente, ou no consciente daqueles que se esforçam para crer, e temem a desilusão realista. Somos obrigados a acreditar em bruxarias quando crianças, em lobo mau, no medo do escuro, no inferno. Obrigados a conhecer o mau, temer o inferno de que nossas atitudes irão resultar, no castigo dos deuses. Alguns se tornam fracos, medrosos e outros revoltados. Presos numa gaiola comendo lição de moral de fanáticos e temendo a rejeição da humanidade ao verdadeiro subconsciente enjaulado pelo medo da repressão. Nenhuma teoria será comprovada, por cientistas ou por religiosos, nós somos uma mentira, uma hipótese, e por que ser obrigado a confiar com todas as forças em algo que nunca viu, nunca sentiu, é covardia isto, e muita coragem a quem arisca acreditar, grande guerreiro. A vida se resume em duvidas, em fé, em negação. No entanto, pensamentos são livres, mas a partir do momento que acreditar tanto neles ao ponto de querer mudar alguma fé, alguma teoria de um próximo ser, crendo que és o senhor da razão, cale-se, morda a língua. O inteligente expressa opiniões e não aceita ser contrariado, guerreia suas palavras, mas o sábio cala-se ao saber que ideias racionais não podem ser provadas, apenas vivenciadas e degustadas ao expressá-las sem rejeição de um mal tempero. Será julgado ou morto não por uma sociedade, mas sim pelo silêncio dos sábios.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sociedade envenenada

A sociedade é uma gula,
Gula que envenena,
Envenena quem tem fome dela,
E engole ao invés de cuspi-la.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O rasgo da gula

A cada gula sustentada dos ingratos, é um rasgo no alimento de inapetência forçada daqueles que se alimentam da própria carne. É uma hipocrisia de misericórdia onde a salvação é feita no pensamento de socorrer, mas sem saber a receita do antídoto. O que leva a pensar que alguma mudança está evoluindo ou sofrendo uma transmutação, é apenas o pensar. Talvez haja algum equilíbrio nisso, é uma cena real de exemplo torturante para o restante aprender, e os escravos da miséria se sacrificam para todo o resto que “pensa”.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O fraco nefário

Algumas pessoas cospem veneno que corrói dentro de nós vítimas. Mas somos imunes, talvez. Pode demorar, podem parecer fortes, mas um dia o veneno engole a alma do nefário e destrói sua plenitude.  Eles sugam o cálice venéfico. Os fortes somos nós que apesar de lesos sobrevivemos ao ninho de maléficos. Quanto maior a proporção dessas identidades, maior o estrago. Os fracos sobrevivem e aprendem a ser fortes, e os falsos fortes se enforcam com o fim do seu orgulho.     

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Juntando as partes

Há um objeto de porcelana que se quebrou,  esparramados no chão suas partes, algumas viraram farelos nas quais não se consegue recuperar. Colado os pedaços que restou não ficou muito adequado, estava claro que algumas partes ali faltavam. Outra vez se espatifou no chão, quebrando em minúsculas partes, viraram pó. Foi colado novamente, mas dessa vez não havia mais a mesma forma, estava irreconhecível. Se quebrar novamente será apenas colada as partes que restaram sem forma alguma, e cada vez que quebrara mais partes, será impossível juntá-las. Alguns não sabem que o coração é de porcelana e ficam brincando de peteca.