A paz não é para todos,
Um lado da balança vai explodir,
O equilíbrio
Não há de resistir.
O mundo está em guerra,
Ideologias da extinção,
A nova era.
Deus?
É destruição.
Crianças?
Sem perdão.
Crianças?
Arma na mão.
A fé em vão,
De gente morta no chão.
A guerra é de todos,
E a paz é de ninguém,
A bomba sempre explode alguém.
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Faminto
Você é tarja preta que borbulha em meu sangue alcoólico,
Um cateter que penetra cócegas anestésicas,
Coma diabólica,
Morte analgésica.
Somos overdose que acelera,
Congela,
Engana e envenena.
Você ferve meu sangue e
Provoca bolhas na epiderme,
É canibal da própria carne,
Não mato sua fome,
Sua fome me maltrata,
Engole, digere.
Seus olhos são carnívoros,
Estraçalha minha alma
Feito lobos famintos.Distantes no mesmo verso
Vou fumar seus versos,
Inversos,
Tão incertos
Controversos.
Olhos maquiavélicos,
Comedores,
Sugadores,
Viciantes.
Silêncio agonizante,
Desejo berrante.
Medo frustrante
Universo controverso,
Nos torna distante
No meio do verso.
Inversos,
Tão incertos
Controversos.
Olhos maquiavélicos,
Comedores,
Sugadores,
Viciantes.
Silêncio agonizante,
Desejo berrante.
Medo frustrante
Universo controverso,
Nos torna distante
No meio do verso.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Melodia
Estou caçando uma melodia,
A mais perfeita a te rasgar
E consumir teus ouvidos.
A melodia que penetre neles feito gasolina
Até entupi-los.
Ela correrá para dentro de sua carcaça,
Para quando morder o cigarro entre teus lábios,
E sugar o calor da tragada,
Arda-te em chamas.
Vou injetar teus resíduos em minha veia
Feito heroína,
Para corroer por baixo de minha pele,
E sobrar mais nada além de você.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
A bomba
Você tem uma bomba
Que vai explodir dentro de mim,
Está quase a jogá-la.
Faça-a explodir depressa,
Pois está queimando aqui,
Há uma guerra por baixo de minha pele
Que vai demorar pra acabar.
Despedace meu corpo,
Espalhe meus pedaços no chão,
Depois me deixe queimar
Para que você consiga inalar minhas cinzas,
E eu possa te envenenar,
Até intoxicar sua mente
E te rasgar.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Incertezas
Incertezas de certezas hipotéticas,
Inseguras, perigosas, viciosas.
Curiosas, tão catastróficas.
Mente que cobiça,
Aceita, aceita.
Respira, transpira,
Transcende a mente,
Acende.
Invade o cerne,
Ativa a realidade ausente.
Contenta o que se sente.
Reflita, repita,
O que te toca não mente,
Engole.
Sonho lúcido mastiga,
Engasga e castiga.
Provoca e invade
O instinto da gente,
Que sente que sente.
O homem enxerga aquilo que acredita ser possível, vê o que
confia existir. As formas são notáveis para o que já se tem conhecimento. A
realidade projetada são movimentos de consciência, o cérebro processa e a
consciência não, logo, o homem cria a realidade. O físico não é tocável, os
elétrons que se tocam, o cérebro capta apenas uma parte do que está acontecendo
no plano dimensional. Todavia, um objeto pode estar em mais que um espaço ao
mesmo tempo, a realidade está em todos os lugares simultaneamente. Afinal, são
os olhos ou o cérebro que enxerga a realidade projetada na experiência daquilo
que o homem torna real?! Eis o questionamento da ciência das possibilidades
quânticas.
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Augusta tem medo de mim
Obs: Aqui vai o começo de como ta ficando o livro.. ainda vou arrumar várias vezes...
Capítulo
1 Regressão
“Ontem tive confusão mental, eu estava
morrendo. Ardência banhava meu corpo, nas costas principalmente, como se meu
corpo estivesse nu e queimando no gelo. Meu cérebro não pertencia mais a mim,
ele estava governando meu corpo, fazendo-o violentar minha profundeza. Então, me
abracei e penetrei minhas unhas alongadas em meus braços. A tentativa era que
meu cérebro voltasse para meu controle, que a dor o chamasse de volta. O
coração latejava de uma forma agonizante, e a agonia o fazia pulsar mais
depressa. Eu apenas queria sobrevier a aquele momento, seria ridícula a loucura
me matar. Assim, acordei no começo da noite passada. Tomei uma garrafa de água
e voltei a dormir.” Esta foi apenas mais uma crise.
Augusta, meu pedaço de fraqueza. Adoraria
abraça-la e em meus braços protege-la. Ela tem medo de misturar leite com
manga, tem medo de ser enterrada viva. Augusta quer morrer, porém tem medo da
morte. Quero ser a mãe dessa criança desprovida.
Agora vou contar a história da minha
criança, que meu eu adulto tenta resgatar. Augusta nasceu do ventre de
Catarina, casada com Artur. Carregava em sua barriga um pedaço de agonia, um
feto rememorando dor e saudade. Um
acidente de carro estava corroendo a gravidez. Fazia um mês que o irmão de
Augusta havia morrido num acidente de carro. Seus pais capotaram numa curva e o
menino já sem vida recebia os gritos de sua mãe. Então, um mês depois Augusta
causou mais dor.
Catarina então, se tornou uma mulher
deprimida e suicida. Artur trabalhava intensamente durante o dia, e a noite não
parava em casa, queria distancia de sua mulher insuportável. Talvez, tivesse
outras mulheres que fossem mudas. Ele só queria silêncio depois de um dia de
trabalho. Augusta ficava na sala esperando seu pai chegar, era um bêbado desconhecido
que lhe causava medo. Ela era tão pequena. Só foi uma fase. Augusta agora tinha quatro anos,
mimada pelo seu pai Artur. Sua mãe uma louca desprovida só chorava e falava em
se matar, ela causava receio e desconforto.
Numa tarde ensolarada e silenciosa, a
menina Augusta ouviu lamúrias no andar de baixo de sua casa, era um engasgo de
gritos que embrulhava seu estômago, uma dor que rasga os ouvidos. Assustada
desceu as escadas numa delicadeza, como se estivesse pisando em algodões. Sua
mãe estava sentada num sofá branco da sala, com os olhos inchados e vermelhos
de tanto chorar, seu olhar soava para Augusta como se tivesse culpa. Imóvel diante a sua mãe, a única coisa que a
confortava naquele momento era seus pés descalços sob o chão quente da sala,
que se mantinha aquecido pelo sol que tocava pela manhã, não obstante, tentava
digerir aquele gemido de choradeira que a queimava inteira por dentro. Augusta
esperou cinco minutos, e subiu para seu quarto. Um quarto preenchido por
bichinhos de pelúcia, descansados nas prateleiras infestadas de poeira. As
paredes decoradas com papel de parede, com algumas manchas de cola de adesivos
que foram arrancados por estarem velhos, que ela costumava grudar. Deitou-se em
sua cama, e enquanto olhava a parede seus olhos vagarosamente começaram a
lacrimejar. Várias lembranças estavam borbulhando seu cérebro, como brigas de
seus pais, gritarias de sua mãe, brigas de sua mãe com a sua avó e sua tia. Resumindo,
Catarina tinha problemas emocionais com várias pessoas próximas, porém era muito
amada por todos, mas era uma convivência muito difícil. Uma mulher peculiar e
inesperada.
Para a prova de seu gênio difícil,
encontrei um pedaço de papel em que Augusta escreveu um desabafo e dizia o
seguinte;
Tenho
quatro anos, estou com meus pais na cidade e casa de minha avó. Aqui mora com
ela minha tia Maria, que eu adoro muito, meus primos que sempre brinco e também
às vezes brigam comigo. Hoje fizemos uma casinha com lençóis velhos da vovó,
pegamos cadeiras e varais e montamos nossa casinha. Ontem fizemos um túnel do
terror com caixas de papelão, confesso que fiquei com medo. Meus primos são
meus melhores amigos, são meus irmãos mais velhos. A Ângela é mais velha, é a
que eu mais discuto, mas sei que é briga de irmão, o mesmo às vezes acontece
com o meu primo Willian, que é um ano mais velho que eu. A pior hora é quando
meus pais me chamam para ir embora, eu sempre choro e quero ficar mais, pois só
os tenho de amigos. Sou feliz aqui. A vovó às vezes pega um pedaço de varinha
que costuma guardar em cima da estante da cozinha, para assustar a gente, pois
aprontamos muito por aqui, de exemplo bagunçamos sempre a sala, e o que mais a
deixa furiosa é quando eu e meu primo brincamos com armas de brinquedo que ela
esconde.
Mas,
o que aconteceu hoje a noite não foi agradável. Mamãe e titia brigaram feio, eu
não sei certa a discussão, mas minha mãe saiu correndo atrás dela pelo pátio da
casa, eu acho que brigaram também fisicamente, puxaram-se os cabelos, vovó
ficou perplexa. Depois ficou tudo bem. Durante a tarde mamãe chorava e
lembrava-se do acidente que tirou a vida do meu irmãozinho que agora é a maior
estrela do céu. Eu nunca entendi certo porque ela chora desde que eu nasci,
fazia quase cinco anos, e essa dor virou minha também. Eu ultimamente também
choro pelo meu irmãozinho, e nem o conheci. Mamãe fala com agulhas nas
palavras, acho que não tem mais espaço no meu corpo para cravar mais uma. Logo,
hoje a ouvi dizer com muito sofrimento:
-
Por que Deus? Por que Deus tinha que levar meu menino senhor? Por que eu não
morri no lugar dele? Isso é tão injusto, deus! Por quê?
(Disse
mamãe com as palavras arranhando sua garganta, gritando num tom médio, que
deixou todos num estado de tristeza). Não foi primeira vez que a ouvi expor
aquilo.
O sol começava a bater na janela do
quarto de Augusta, foi quando seu pai a acordou. Estava na hora de se arrumar e
ir à escola. Permaneceu mais alguns minutos deitada enquanto seu pai tomava
banho. Ouvia todas as manhãs o mesmo som do chuveiro ligado, uma água que escorre
num som tranquilo, um som que cruzava pela parede entre seu quarto e o banheiro
de seus pais. Quando o chuveiro desligava sabia que era a hora de levantar. Seu
Artur a levava todos os dias para a escola e depois seguia rumo ao trabalho.
A rotina era fazer um desjejum todos
os dias na mesma panificadora. Ficava em baixo de um prédio antigo de quatro
andares que eles haviam morado há um ano. Era no último andar do prédio em que Augusta
presenciava a chegada tardia de seu pai.
O pedido era o mesmo de todas as
manhãs, a menina pedia um leite com achocolatado, e seu pai um café com leite.
A tal da cueca virada, um doce feito de massa de farinha de trigo e ovos,
depois de frita polvilhada no açúcar, era o desjejum de Augusta nas manhãs. A
cada mordida a massa desmanchava na boca, amaciando na saliva e achocolatado
quente que colocava na boca.
Augusta estudava num colégio próximo
ao Zoológico e lago municipal. Um lugar bem verde e arejado. Algumas vezes os
professores levavam os alunos nesses passeios aventureiros, e se tornava vantagem
estudar a um quarteirão daqueles belos lugares.
Durante a manhã na escola, algum de
seus coleguinhas comentou que sempre brincava com o pai, jogava xadrez, damas e
dominó. Isso fez com que ela sentisse um leve pontapé no estômago, estava com
inveja.
Já era finalzinho da tarde de
quinta-feira, o sol estava deixando os cômodos da casa num tom alaranjado,
talvez amarelo. Augusta estava sentada no chão marrom de seu quarto, e à sua
frente um tabuleiro de jogo de damas aberto sob o chão, mas ela não tinha com
quem brincar. Apesar de seu pai ser muito unido a ela, muitas vezes se tornava
ausente. Estava atenta esperando ouvir os barulhos do molho de chaves de seu
pai, que tinha costume de pendurar do lado da calça jeans. Aquilo fazia um
barulho como se fossem sinos de metal se debatendo, era fácil identifica-lo
antes mesmo de o ver. Já sabia que seu pai estaria por perto. E não deu outra, ouviu-se a porta da sala de
madeira pesada bater e tremer as paredes da casa. E os sinos das chaves já
contaram que Artur havia chegado do trabalho. Ajeitou o tabuleiro e aguardou
seu pai subir aquelas escadas rangentes.
- Pai, quer jogar Damas comigo?
O pai respondeu num tom de cansaço e
sem ânimo:
- Ah filha, papai está cansado, deixa
para outro dia. Chama sua mãe para jogar.
- Ela não quer. E quero jogar com
você. (Fez um olhar tristonho)
- Está bem Guta! Só uma vez. Tenho que
tomar banho e deitar descansar.
Augusta estava feliz pela aceitação,
mas queria mais tempo com seu pai, durou tão pouco.
Por vários dias seguintes tentava
chamar seu pai para brincar e na maioria das vezes não era atendida. Ficava
matutando que só ela tinha um pai ausente, mas isso não é verdade.
O entardecer da noite se aproximava, e
Augusta começava ficar angustiada, tinha medo de dormir, não gostava do escuro,
pois imaginava seres assustadores a visitando durante o sono. Ela sempre dormia
em sua cama de costas para a parede, tinha medo que alguma coisa a apunhalasse,
assim acreditava poder intimidar seus medos. Dormia sempre com a luz do
banheiro do corredor ligada, assim iluminava também seu quarto. Muitas vezes a
luz do quarto é que mantinha acesa. Já aconteceu de acordar no desespero
durante a noite quando estava tudo escuro. Isso acontecia porque seus pais
muitas vezes acordavam madrugada para desligar as luzes. Quando acontecia, ela
gritava de medo e raiva por ter que passar aquilo. Por essas razões muitas
vezes colocava um colchão do lado da cama de seus pais e ali dormia.
Os pais estavam evitando que sua filha
se tornasse uma medrosa, e por isso começaram a negar que ela dormisse no
quarto com eles. E ela sempre dava um jeito de se aproximar.
Naquela noite de quinta-feira, pediu
para dormir na cama junto com seus pais, mas o pedido foi recusado. Então,
esperou eles dormirem e logo, foi deitar ao lado da cama deles, aproveitando
que a porta do quarto estava aberta. Deitou-se no chão frio, sem barulho, quase
sem respirar de tão silenciosa que se aconchegou ali. Noites assim de repetiram
muitas e muitas vezes.
Catarina e Augusta foram sábado ao
mercado fazer compras do mês. Outro medo que a menina tinha era de se perder
dentro do mercado e perder sua mãe de vista. E isso já havia acontecido nas
outras visitas ao mercado. No meio do mercado havia uma pequena barraca
vendendo pipoca, aproveitaram a finalização das compras para a casa e pediram
um saquinho de pipocas salgadas. No carro Augusta comentou:
-Mamãe, tem muito sol nesta pipoca.
(Ela queria dizer sal, mas não conseguia pronunciar a palavra).
Catarina
não acreditou no que tinha ouvido, e pediu para que sua filha repetisse a
palavra correta, mas não conseguiu e continuou falando errado. Então começou a
se irritar com o fracasso de Augusta. Por muitos minutos tentou falar e não
conseguiu, já estava desesperada. As duas chegaram a casa e a mãe ao abrir a
porta pediu para que a filha repetisse pela última vez a palavra correta. Sem
sucesso. Mandou-a entrar novamente no carro. Catarina dirigiu pelo bairro que morava,
levando com ela Augusta de passageira. A menina estava assustada e sem saber o
que fazer. Catarina parou o carro na frente de um terreno baldio.
- Se você não falar certo eu te largo
aqui.
Augusta ficou sem reação e se sentiu
como uma gotícula de água no meio do oceano.
Na primeira tentativa errou. Mas o
medo a deixou sem escolha. Já chorando com desespero respondeu:
-Sal, sal sal.
Então, elas retornaram para casa.
Algumas horas se passaram e o os
ponteiros do relógio da cozinha já marcavam 20h. Catarina aguardava seu marido
chegar do trabalho para começarem o desjejum noturno. Enquanto isso Augusta
brincava em seu quarto com as bonecas. Tinha uma preferida, que sempre estava
em seus braços. Era uma boneca de cabelos louros lisos e curtos, que havia
ganhado de seus pais no Natal passado. Era possível dar mamadeira para a
boneca, bastava colocar água e introduzir num furinho que tinha na boca, depois
ao apertar o braço, algum dispositivo a fazia fechar lentamente os olhinhos
enrugados, em seguida começava a lacrimejar e um pingo de lágrima escorria
pelos olhos. Para a menina aquela bonequinha era de alguma forma real.
Imaginava que era sua irmãzinha, filhinha e às vezes se tornava a babá. Também
brincava com as outras bonecas de tudo que é tamanho, havia umas 10 nas
prateleiras, colocadas uma sentada do lado da outra. Então, ela retirava todas
as bonecas das prateleiras e colocava espalhadas pela cama e chão do quarto, depois
fingia ser professora delas e então começava a aula. Era algo muito meigo,
parecia uma pequena adulta.
As salsichas enlatadas estavam
fervendo na água da panela. Uma comida comum de semana da família. A tampa da
lata era retirada, então a lata com as salsichas cruas era introduzida na
panela com água fervendo. As salsichas eram mais molengas que aquelas que são
retiradas do pacotinho de plástico cozidas direto na água. Elas desmanchavam
mais, e era mais finas e curtas.
O som dos pneus do carro deslizava na
calçada preta que fora recentemente passada cera, rezingava até que o carro
parasse. Augusta ouviu seu pai chegar, sabia que o barulho produzido vinha da
calçada de sua casa, uma algazarra de pneus que observava diariamente, havia se
tornado um som familiar. Largou as bonecas e foi lavar as mãos na pia do
banheiro. Quando desceu seus pais estavam sentados em volta da mesa cortando os
pães franceses que compravam sempre na panificadora do bairro. Era uma delícia,
quentes e crocantes, e macios por dentro. Serviam-se da salsicha que ainda
borbulhava na panela quente retirada do fogo. Naquele momento de desjejum a
família parecia feliz, sem discussões, todos estavam bem humorados.
Após o jantar Augusta ajudou sua mãe a
retirar as coisas da mesa. Colocou a louça na pia da cozinha e ali deixou, pois
a mulher que trabalhava como faxineira da casa limparia no dia seguinte.
{...}
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Ontem tive confusão mental, eu
estava morrendo. Ardência banhava meu corpo, nas costas principalmente, como se
meu corpo estivesse nu e queimando no gelo. Meu cérebro não pertencia mais a
mim, ele estava governando meu corpo, fazendo-o violentar minha profundeza.
Então, me abracei e penetrei minhas unhas alongadas em meus braços. A tentativa
era que meu cérebro voltasse para meu controle, que a dor o chamasse de volta. O
coração latejava de uma forma agonizante, e a agonia o fazia pulsar mais
depressa. Eu apenas queria sobrevier a aquele momento, seria ridícula a loucura
me matar. Assim, acordei no começo da noite passada. Tomei uma garrafa de água
e voltei a dormir.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
corpo quer
Corpo quer, corpo chama, chama
a chama.
Pensamento quer, quer o corpo,
teu corpo na minha cama.
É desonesto, meu coração quer,
quero ser mulher em sua ardência.
Injusto, mas me suga, me puxa.
Ímã de tentações, de mentiras.
Você é o chicote e eu sou o
masoquista,
Tortura-me.
Não podemos, mas minha mente
cria,
E meu corpo pulsa.
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