segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Máscara de alacridade


 Estou bem,
Tomei ácido de desgosto.
Estão arranhando internamente
Jogando álcool para limpar.
Há várias unhas me rasgando,
Mas estou bem.

Estou sorrindo
Para as cicatrizes de tristeza,
Posso disfarçá-las,
Estão estampadas em minha face,
Não quero expô-las,
Mas ainda estou sorrindo.

Estou feliz,
Agonizado pela languidez,
Pregando-me culpas.
Vago num purgatório de dementes,
Esperando outra maledicência,
Mas estou feliz.

Estou vivendo,
Discernindo a existência
Como uma história acromática.
Ironizo minha melancolia,
Mastigando-a com gosto,
Mas estou vivendo.

Estou chorando,
Por um bom motivo.
Não sustento meus ossos,
Estão comendo minha alma.
É como precisasse chorar
Igual a chuva para aliviar,
Não tenho lágrimas,
Governaria um calabouço de martírios,
Mas estou chorando.


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