sexta-feira, 27 de abril de 2012

Teria companhia de loucos



Talvez estivesse alimentando cisnes numa ocasião qualquer,
Sentado num banco velho ouvindo Tchaikovsky,
Matando-me com maços de cigarros podres.
Quem sabe esperasse que Freud me ajudasse.

Poderia ter sido o personagem de Platão,
Pra fartar-me de cicuta.
Critão e Apolodoro derrubariam lágrimas por mim,
E eu teria talvez dialogado com os deuses.

Meu ansiado Nietzsche talvez se lamentasse,
Teria ficado louco como ele,
Tomaríamos café e ele ouviria Richard Wagner,
Enquanto eu deprimiria pensamentos.

Teria dores de um Furenal March,
E Chopin poderia me abraçar.
Reuniríamos todos ditos loucos,
Entre passos de valsa feitos jovens pessimistas.

Poderiam ter me queimado no lugar de Joana,
Eu dividiria amarguras nos gritos.
Talvez tivesse sido Julieta de Shakespeare,
E teria odiado Romeu.

Chamariam-me de louco,
Brigaria por causa de cavalos,
E no final das contas,
Marcaria uma consulta com Lou Salomé e Paul.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O pessimismo é meu charme

Estou sentado adoecido,
Esperando a morte me buscar,
Tomando café ou embriaguez,
Enforcando-me com cigarros.

O pessimismo é meu charme,
Veste-me de remorso,
Cospe minha alma,
Rasga-me o olho, e choro.

Observo o inferno a minha volta,
Eles se alimentam.
Todos mastigam meus cálices.

Os gritos nas ruas,
É minha sombra vagando,
Se arrastando, se arrastando.

Derramei


Derramei no cálice
Meu sangue,
Para alimentar
Suas dores.

Derramei no cálice,
Meu desespero,
Para mastigar
Seus rancores.

Derramei no cálice,
Minha lástima,
Para enforcar
Seu egoísmo.

Derramei no cálice,
Minha vida,
Para beijar
Sua morte.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Marcha entre raios, mas tem medo de trovões.



Fome do tempo

Voraz existência,
Mastiga depressa,
Cospe, cospe.

Sacia o tempo,
Anseia sobras,
Estupidez engasga.

Astúcia calada,
Receia evolução,
Ignorância sufoca.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tempo

Porta vento,
Vento bate,
Bate o tempo.

Lembrança morde,
Oscula alma,
Enforque.

Sente o medo,
Esconde,
No canto, prantos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sabes homem, porque o assustas tanto com palavras intensas, deve estar sentindo-as para ficar assim tão infeliz. Não são as palavras que são tristes, é você meu nobre humano. Minhas palavras são os alimentos da tua lástima enjaulada entre grades suprimidas pela sua fome de amargura.