terça-feira, 19 de abril de 2011

Desespero calado, carência berrante


É como se fosse um diabético viciado em doce, quero tanto mas não posso degustar desse desejo, só viro poeta quando te vejo, pois longe fico apagado, mas arde, as feridas nunca se fecham com suas idas e vindas, ferve o vazio que minha alma habita dentro de meu coração, o meu melhor presente foi você, mas não posso abri-lo, apenas cuidar e apreciar de longe essa embalagem, e no fim o presente talvez não seria para mim, mas fico com uma inveja e ódio por tanto desejar esse presente, pois quem poderia tê-lo abriu e o embrulhou de volta, mas eu, semelhante a uma criança ingênua que não sabe cuidar do que nunca teve, quer toda hora esse presente como se fosse um brinquedo dos sonhos, mas não sabe como usá-lo, e acaba só estragando, talvez não consiga ser eu mesmo, não sei me comportar com tua presença, acabo parecendo bobo, tento te surpreender , te encantar, mas acabo só errando, fazendo o contrário, não consigo fazer com que enxergue minha verdadeira identidade, nunca consigo fazer com que me perceba de maneira que eu seria teu presente mais apaixonante, mas um com vida, que te escreveria e faria as coisas mais bonitas do mundo.