sexta-feira, 24 de maio de 2013

Onde estou?


Há algum tempo me perdi,
O que fizeram?
O que fiz?
Esconderam-me no infinito
E o espelho não possuía mais imagem.
Cadê as mãos? Tirem-me desse precipício!
Não consegui achar minha sombra,
Ela está fugindo! Peguem-na!
Não é mais minha!
O que fizeram pra que ficasse desfigurada?
Eles estão rindo sem me perguntar,
Fizeram-me andar sozinho na rua
E resolvi acompanhar a penumbra.
Papai estou com medo,
O que devo fazer?
Tenho temor do escuro.
Mamãe posso dormir aqui?
Não durma antes de mim,
Querem pegar-me, afaste-os!

Ar? Não consigo respirar!
Preciso de ajuda,
Será que vou vencer?
Não quero sair daqui,
Estou protegido, ninguém me aflige,
Dê-me silêncio, por favor!
Não se desespere, me deixará em pânico.
Vou engolir os sedativos,
Está passando, mas será que vou conseguir
Dormir essa noite?

Estou me encontrando, mas sinto que interrompi
O tempo.
Venci o irracional, mas não me sinto normal,
Prenderam-me na maca e ela afoba minha
Respiração.
Estou me levantando aos poucos,
E ela fica cada vez mais pesada no meu corpo.
Posso voltar a ser pequeno?
Não me ensine o mau, quero ser comum,
Tenho inveja deles! Mas eles não têm minha alma!
Sou bom o bastante para receber o sacrifício?
Não mande-me para a guerra!
Mamãe amanhã estarei curado?
Contaram-me que é apenas uma fase.





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