sexta-feira, 27 de agosto de 2021

O aleitar



Meu novo perfume é leite,
É nutriente,
É doce
Pra que meu filho deleite.
Foi dúvida de sustento,
Um amargo que passou no peito,
A ansiedade que vestiu o leito,
Mas virou água e alimento.
Flui minha alma entre seus lábios,
Acalenta e dilata sua pele,
Vai esticando, vai estendendo,
Seus pés, suas mãos,
Quando foi que cresceu assim?!
Quando foi que te vi assim?!
Já desisti e persisti,
Os prantos como gatos noturnos
Saíam fazer festa em meu rosto,
Bagunçavam minha feição,
Mas retornavam a luz do dia,
E nada tinha acontecido,
Renascia e renascia,
E continuo renascendo.
O aleitar
É nutrir livremente e se desnutrir mentalmente,
Um desgaste que vem e vai embora,
Mas depois você enxerga sua alma entregue
Em outro corpo e nada de si importa,
A dor não importa,
O sono não importa,
Pois é a maior prova de amor
Onde duas almas se encontram
E se tocam.

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