sábado, 3 de julho de 2021

Indiferente

 

Manifesta-se uma interpretação de estranheza,

A alma indiferente num mundo alheio

Uma mistura de egoísmo e solidão

Vencida pela apatia do anseio.

Lembranças estranhas que cruzam a mente,

Elas mentem?!

Quem sou eu?

Quem é o estranho ao meu lado?

Quem são vocês de olhar afiado?

Um demasiado medo de mudanças                                                                   

Carrega a incerteza em forma de lança

Que penetra e oxida o âmago da minha existência.

Onde está o sentimento de pertencer a algum lugar?

De ter um colo?

Do direito em estar triste?

De merecer os sentidos das minhas palavras?

Elas perderam seus significados?

Uma mão de desespero aperta a garganta,

Sinto a pulsação dilatar em toda minha superfície,

Latejando e rastejando.

É tudo um grande circo

Do qual sou o palhaço triste

Que faz a platéia rir.

Minhas lágrimas matam a sede dos outros

E mal sabem eles que vou me afogar com elas depois.

Quanto mais perto de me encontrar

Mais longe estou,         

De tal modo que o Eu que me pertence

Acaba tornando a parábola do porco-espinho.

 

 

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