sábado, 28 de novembro de 2020

Alma anestesiada

Ela está com a alma anestesiada,
Virou um corpo sem expressão,
Arriscou pensar, mas foi tortura,
Tentou refletir o real e a angustiou.
A parte esquerda do seu peito arde,
Com cócegas agonizantes que esfolam.
Ela tenta se distrair e romper o real,
E a loucura a toma,
Seus sentimentos são um suspiro de propofol,
Mas ela finge que está bem,
Está tudo bem,
Seus sentimentos são melodias do Nirvana,
Mas que não foram cantadas
E sua garganta está doendo mesmo com anestesia,
As cordas vocais sem voz,
O desespero já sugou toda melodia
E entorpeceu suas veias
Matando a sede com a apatia.

Ela não pode estar mal,
Não pode,
Ela é culpada,
Culpada por não estar bem,
Ninguém a permite sofrer,
Ela é ingrata,
Então pegue pregos,
E martele um sorriso,
Que vai matar a sede com sangue e dor,
Mas por fora está tudo bem,
Ninguém se importa,
Ela só tem que estar feliz,
E essa felicidade também nada importa,
Só que sem ela você é inútil pra eles,
e no fim é tudo fingimento.

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