sexta-feira, 27 de maio de 2016

O fraco é culpado

Sua alma foi roubada,
Sua carne dilacerada,
Inocência arruinada,
Seu útero invadido,
Prazer contido.

É o peito suado,
É corpo molhado,
Que sofre calado,
É volúpia que surra,
Moléstia sem cura.

Gemido soluçado,
Carcaça frisada,
Profundeza humilhada.

Mulher calada,
Criança internada,
Menino acolhido,
Marmanjo bandido.

Vítimas da culpa,
Culpa que rasga,
O grito engasga.

Angústia do mito,
Feito vinho tinto
Saboreia num leito derramado
De prazeres famintos.

O seio amamenta
O trauma calado
Da amargura lenta
Que a dor violenta.


Nenhum comentário:

Postar um comentário